‘Mangueirosamente’:Ronaldo Silva e Júnior Soares contam sobre o Arraial do Pavulagem e o Peixe-Boi
Coordenadores e compositores abordam nuances da missão de colocar esse brinquedo popular nas ruas de Belém em junho e outubro. E tem novidade para a COP 30
Em um bate-papo pra lá de interessante e como um convite para se conhecer de perto as ações culturais do Instituto Arraial do Pavulagem, referência na cultura do Pará e da Amazônia, Ismaelino Pinto recebe no videocast “Mangueirosamente” desta sexta-feira (25), às 19h, no Portal OLiberal.com, os cantores, compositores e coordenadores do AP, Ronaldo Silva e Júnior Soares. Eles contam detalhes sobre esse brinquedo popular que há 38 anos encanta belenenses e visitantes da cidade nos meses de junho, com os Arrastões Juninos, e outubro, com os Arrastões relacionados ao Círio de Nazaré, sempre levando milhares de pessoas de todas as idades para as ruas da capital paraense. Ainda em agosto, o Arraial começa a inscrever interessados em participar do 23º Arrastão do Círio e para o projeto do Cortejo do Peixe-Boi na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).
Logo no começo da conversa, Ronaldo Silva relembra que ele e Júnior Soares e o próprio Arraial do Pavulagem são frutos da efervescência cultural em Belém nos últimas décadas, com movimentos que envolviam e envolvem artistas como Nilson Chaves, Zeca Tocantins, Rui Baldez, Paulo André Barata, Salomão Habib, João de Jesus Paes Loureiro, Alfredo Reis, Almirzinho Gabriel e Tony Soares. A intenção dos organizadores do Arraial do Pavulagem foi ganhar as ruas da cidade. E isso se concretizou de uma forma singular no cenário cultural paraense, tanto que, como ressalta Ismaelino Pinto no bate-papo, hoje em dia não se imagina mais Belém ficar sem os Arrastões do Pavulagem.
Os brincantes do Arraial do Pavulagem têm como ponto de partida a área frontal do Theatro da Paz, no centro de Belém, o que é bem significativo na história e da cultura paraenses, pelo fato de que o brinquedo popular dialoga com o universo da vida do Pará em todos os tempos e leva para a rua ritmos, canções, indumentárias e animação para celebrar a identidade amazônica.
Gente na rua
Júnior Soares ressalta que o Arraial do Pavulagem não resulta de um projeto, mas, sim, de uma construção gradativa. “Nós somos músicos e, então, a expectativa de ter público para nós, naquele momento inicial, foi o que nos motivou a ter essa brincadeira”, conta. Na época, como estratégia para atrair as pessoas para apresentações no Teatro Waldemar Henrique, um boi de pequenas dimensões dava uma volta na Praça da República. Era o embrião do Arraial do Pavulagem.
Até antes da pandemia, eram cerca de 15 mil pessoas nos cortejos do Pavulagem. No pós-pandemia, pulou para cerca de 40 mil, 50 mil participantes. Atualmente, os cortejos juninos do Arraial mobilizam na faixa de 140 mil pessoas.
“Esse é um brinquedo assim fantástico, porque a gente não construiu isso sozinho, né?”, pontua Ronaldo Silva, ao se referir à trajetória do Arraial do Pavulagem. Ela envolve a Fundação Curro Velho e outros espaços culturais, além de personagens em Belém.
A partir de agosto próximo, vai começar a inscrição o Batalhão da Estrela do Arrastão do Círio e para o Cordão do Peixe-Boi. Tudo isso e muito mais, como as oficinas do Batalhão da Estrela, as músicas, a troca de saberes entre grupos culturais da Amazônia, instrumentos musicais e shows, o público confere no “Mangueirosamente” a partir desta sexta-feira (25), às 19h.
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