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Ioepa lança livro sobre poeta paraense; conheça 'Bruno de Menezes – O etnógrafo da Amazônia'

Pesquisa de 15 anos de Rodrigo de Souza Wanzeler teve lançamento na 26ª Feira do Livro e das Multivozes

O Liberal
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Um dos poetas paraenses mais importantes da literatura nacional ganhou uma nova obra de análise. A obra “Bruno de Menezes – O etnógrafo da Amazônia”, de Rodrigo Wanzeler, é resultado de uma pesquisa desenvolvida há cerca de 15 sobre a vida, obra e produção cultural do poeta Bruno de Menezes.

O lançamento ocorreu nesta quinta-feira (14), no estande da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), durante a 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes. O livro foi editado e impresso pela Editora Pública Dalcídio Jurandir, da Ioepa.

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Desde a graduação, Rodrigo Wanzeler ele vem pesquisando sobre o poeta. “Essa pesquisa se aprofundou no mestrado, afunilou no doutorado, mas neste caso em uma outra perspectiva. Na graduação em Letras e no mestrado em Estudos Literários o objeto de estudo era mais voltado à literatura. No caso do doutorado, que foi em Antropologia, a pesquisa – que objeto deste livro lançado aqui na Feira – eu procurei provar que o Bruno foi um etnógrafo, para além de um folclorista e poeta”, relatou.

Nas pesquisas, Rodrigo viu claramente que Bruno de Menezes atuou como etnógrafo, pesquisou, foi a campo e isso contribuiu muito para a criação de suas obras literárias e não literárias. “A classificação como etnógrafo vem muito do trabalho de campo de Bruno, além da leitura de autores da antropologia e do campo da etnografia. Um exemplo claro disso está em uma obra dele chamada ‘São Benedito da Praia’, que ele fez uma pesquisa in loco no Ver-o-Peso sobre a festa que era feita para o santo na década de 50, que mostra que ele fez de seus territórios de vida o seu campo de pesquisa; isso tem muito do aspecto etnográfico de suas produções”, opinou Wanzeler.

Além de informações sobre a vida e obra de Menezes, o livro traz conversas e relatos sobre a convivência do poeta com intelectuais. Wanzeler destaque a existência da correspondência entre o paraense e o famoso folclorista Câmara Cascudo. “Cascudo é reconhecido nacionalmente como um folclorista e usava Bruno de Menezes como um ‘banco de dados’ sobre a cultura e o folclore amazônicos”, contou.

O pesquisador ressaltou o papel da Editora Pública Dalcídio Jurandir para a publicação da pesquisa em forma de livro. "Tanto a Ioepa como a ‘Dalcídio Jurandir’ têm dado enfoque para as produções locais sejam elas artísticas, literárias ou acadêmico-científicas”, disse.

O presidente da Ioepa, Jorge Panzera, destacou a importância do livro de Wanzeler no reconhecimento de mais uma faceta de Bruno de Menezes. “É um dos maiores escritores do nosso Estado, que é rico no campo literário. E contar a história de Bruno de Menezes é importante para nós da Ioepa e vai nos forçar a ter de pagar um débito mais à frente, que é ter a condição de produzir a obra desse poeta”, declarou Panzera.

Quem foi Bruno de Menezes

Bento Bruno de Menezes Costa nasceu em Belém em 21 de março de 1893 e morreu em Manaus (AM) em 2 de julho de 1963, mas foi sepultado na capital paraense. Foi membro da Academia Paraense de Letras (APL) e nasceu no bairro do Jurunas. Poeta e folclorista, foi uma espécie de anunciador do modernismo em Belém. Sua poesia canta a raça negra, a cidade que o tempo levou, as tradições e o amor.

Cursou apenas o primário no grupo escolar José Veríssimo. Ainda menino se tornou aprendiz de encadernador, mantendo nessa profissão um contato maior com livros, o que colaborou em muito para o gosto pela literatura. Na juventude chegou a formar com outros companheiros o grupo "Vândalos do Apocalipse" e, mais tarde, o grupo "Peixe Frito", deste último fazendo parte Dalcídio Jurandir e Jacques Flores, entre outros de sua geração.

Bruno foi funcionário público estadual, servindo no Tesouro do Estado, na Secretaria de Agricultura e como Diretor do Departamento Estadual de Cooperativismo. Fundou em 1923, a revista “Belém Nova”, que abrigou trabalhos tanto dos modernistas como de antigos companheiros. Em 30 de maio de 1944 tornou-se membro da APL, ocupando a cadeira de Natividade Lima, da qual chegou à presidência.

Serviço

O livro “Bruno de Menezes – O etnógrafo da Amazônia”, de Rodrigo Wanzeler, está à venda no estande da Ioepa, na 26ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, até o dia 17 de setembro de 2023, no Hangar – Centro de Convenções. O livro custa R$ 40.

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