Grupo Wakarê traz influência da música afro-caribenha para Belém

A banda é formada por músicos do Brasil e da França, que vivem a musicalidade regional de trocas culturais entre o Amapá e a Guiana Francesa

Bruno Menezes | Especial para OLiberal
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Uma banda que reúne diversos gêneros musicais e mescla as influências culturais de Brasil e Guiana Francesa. Essa é a mistura que deu origem ao grupo ‘Wakerê’, um projeto musical que se apresenta em Belém no próximo domingo (11), na praça da República, ao lado do Teatro Waldemar Henrique.

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A banda Wakerê tem um repertório extenso, com músicas dos gêneros jazz, guitarrada, zouck, zanquerada, merengue e até de canções de carnaval. O projeto nasceu da amizade dos artistas Fineias Nelluty e Pierre Marie Levaillant, que viram a necessidade de consolidar a identidade musical desses estilos, criando um ambiente plural e propício para um novo movimento, capaz de atravessar as fronteiras musicais da Amazônia.

O amapaense Fineias Nelluty conta que desde a infância sempre conviveu com uma forte influência cultural da Guiana Francesa, o que despertou nele seus traços artísticos e o levaram a sonhar com uma banda representativa desta troca cultural.

“O grupo nasceu da nossa vivência, desse intercâmbio cultural, porque o Amapá é mais integrado à Guiana do que o restante do Brasil. Com 17 anos eu fui para a Guiana, para tocar numa banda, acabei ficando uma temporada lá e depois voltei com esse sonho de construir uma banda”, relata o músico.

O compositor afirma que seu sonho de criar uma banda se tornou realidade a partir da amizade e parceria de Pierre Marie, que impulsionou ainda mais a formação do projeto.

“O Wakerê era um sonho meu que eu sempre tive, de formar um grupo que pudesse ser composto por integrantes do Brasil e França. Em 2017 eu conversei com Pierre-Marie, um pianista francês que é professor em uma escola de música na Guiana. Eu falei sobre meu projeto e ele disse ‘você não está precisando de um pianista nesta banda?’, com esse convite nós começamos a montar o projeto e chamamos mais artistas talentosos para integrar o grupo”, conta o músico.

image Fineias Nelluty é o idealizador do grupo musical e sempre teve muita interação com a música produzida na Guiana Francesa (Foto: Divulgação)

Segundo Fineias, seu amigo francês traduziu um projeto de financiamento cultural do grupo Wakarê, que foi aceito pelo governo da França em 2019. Graças a esse apoio, o grupo poderia começar a dar seus primeiros passos para uma apresentação com suas músicas autorais. No entanto, com a chegada da pandemia de covid-19, os planos tiveram que ser adiados e os primeiros shows só ocorreram anos depois.

“Só em 2023 conseguimos usar esse financiamento para fazer uma turnê, que começou na Guiana-Francesa. Em julho, fomos para a France e fizemos 10 apresentações na região da Normandia, tocamos em vários festivais por lá. Chegamos a ir para Belém naquele ano, com apresentações no teatro Margarida Schivasappa, através da programação Tapajazz”, explica o músico.

O artista amapaense afirma que tocar em um espaço público, em Belém, representa um momento de grande satisfação à banda, que gosta de estar mais próximo do público para difundir sua pluralidade musical.

“Para a gente é um grande prazer e uma emoção imensa tocar em Belém, principalmente na praça da República, porque é um local onde estão todas as classes reunidas, pessoas tendo momentos de lazer, apreciando o artesanato e a arte em geral. Estamos ansiosos para nos apresentarmos a esse público”, salienta o compositor.

O repertório diversificado da banda oferece ao público o chamado ritmo afro-caribenho, com composições próprias dos músicos brasileiros e franceses, que unem suas referências artísticas para criar uma identidade própria num show que dura cerca de 1h30.

Para Fineias, a experiência e carreira extensa de cada integrante da banda agrega mais valor para as composições da Wakerê.

“O nosso repertório está em fase de maturação neste novo momento e estamos tocando trabalhos autorais para o público. Temos uma variedade de estilos muito grande porque cada músico também tem seus projetos separados, o que agrega à banda mais canções. Eu, por exemplo, toco guitarradas, lambadas, e de repente, podemos tocar músicas do gênero para o povo que vai estar na praça da República”, diz o cantor.

O artista amapaense vê esse show em Belém também como uma oportunidade de difundir ainda mais o objetivo da banda, que é mostrar a musicalidade cultural da região para mais locais em todo o Brasil.

A nossa vontade é de popularizar mais esse trabalho, porque ele faz parte de um grupo representativo, o qual mostra essa cultura da fronteira, do extremo norte, e é desta forma representativa que somos vistos na França e na Guiana. No domingo, o público de Belém pode esperar muita alegria, boa vontade e cultura afro-caribenha”.

Serviço:

Apresentação do grupo Wakarê

Data: 11 de fevereiro (domingo)

Horário: A partir das 9h30

Local: Praça da República, ao lado do Teatro Waldemar Henrique

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