Ficção 'Pulp à Brasiliana' narra uma aventura na Amazônia 

O autor paulista Yvis Tomazini percorreu o Laranjal do Jari, no limite com o Pará, em busca de inspiração.

Enize Vidigal
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Pulp à Brasiliana" (Lura Editorial), do escritor paulista Yvis Tomazini, é uma aventura de caça ao tesouro ambientada na Amazônia. Dois dos principais cenários da trama estão no município de Laranjal do Jari, no Amapá, no limite com o Pará: a floresta, a favela de palafitas originada do abandono do Projeto Jari e o túmulo de um nazista alemão marcado com uma suástica no cemitério da cidade. O autor visitou esses locais para arquitetar a trama, que mistura elementos da ficção e da realidade com uma mensagem de conscientização ambiental e de proteção aos povos indígenas.

Yvis Tomazini, que já publicou contos em coletâneas - “O segredo da água”, “Só o dinheiro dos mortos” e a “A Sala da Prosa” – estreia no romance com “Pulp à Brasiliana” trazendo elementos da cultura pop, como a referência a clássicos de aventura, em um título livremente inspirado no filme de Quentin Tarantino, “Pulp Fiction” (1994). O livro está disponível nos formatos físico e de e-book, pela Amazon, e será apresentado na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em julho.

O enredo apresenta a heroína Sabrina Barlavento, uma escritora famosa, mas assombrada por uma crítica negativa, que busca encontrar uma nova e boa história para publicar. Ela recebe a proposta golpista Rafael Perso, que tem relações com o narcotráfico, para se aventurar em um cemitério nazista abandonado. A história se passa em 2017. “Um thriller instigante com pitadas de romance, recheado de trapaças e curiosidades históricas”, conforme descreve o autor.

“Quando viajei para a Amazônia para fazer a pesquisa, fui conhecer o lugar e sentir confiança sobre o tema tratado. Se eu não fosse lá, eu ia me sentir uma fraude”, comenta o autor em entrevista exclusiva. O objetivo foi conferir a favela do bairro Beiradão, surgida com o fracasso do Projeto Jari, que fracassou no intento de implantar uma indústria de celulose no local, deixando trabalhadores imigrantes à míngua.

image O escritor Yvis Tomazini (Divulgação)

Outro mote do autor foi visitar o túmulo do alemão Joseph Greiner, morto de malária em 1937, que foi ao Jari acompanhar a expedição alemã de mapeamento da região com o aval do governo brasileiro. “Me interessei em ir ao Jari devido à expedição nazista enviada pelo Hitler. E o empresário (que implantou o projeto) buscava vender o papel mais barato do mundo. 

“O presidente (Emílio) Médici vendeu 15 mil km2 da floresta para uma empresa fazer o papel mais barato do mundo. O projeto fracassou e as famílias que viajaram para trabalhar lá não tinha dinheiro para voltar. Eu pesquisei outros lugares também, como Itu (em São Paulo), para fazer contrastes. As pesquisas foram cruzadas com a cosmologia indígena e busca encontrar coincidências que se encaixassem de forma fantástica ou não”, explica Tomazini.

“Vejo a Amazônia como o coração do planeta, onde a vida resiste com maior força. É um lugar de resistência que, ao longo dos séculos, sofreu a tentativa de colonização espanhola, o domínio português... De alguma forma isso me atrai”, conta.

Audiovisual - As viagens do escritor pela Amazônia também resultaram em um documentário que terá episódios publicados semanalmente no canal do autor, no Youtube. A obra audiovisual apresenta informações sobre a floresta, em especial sobre o Laranjal do Jari, e dos povos de vivem nela em uma narrativa que reúne elementos lúdicos e artísticos.

 

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