EXCLUSIVO: Lia Sophia percorre a Amazônia na série documental ‘Rios de Encantarias’
As gravações de ‘Rios de Encantarias’ começaram em maio, sendo Abaetetuba a primeira cidade visitada
Um mergulho em manifestações culturais, mitos e lendas amazônicas, para fazer emergir a riqueza e potência do imaginário contido na vida ribeirinha. Essa é a proposta da série documental ‘Rios de Encantarias’, que terá cinco episódios, cada um centrado em uma localidade diferente no Pará. Criado por Lia Sophia, Taísa Fernandes e Lúcia Tupiassú, com assessoria de pesquisa do pesquisador e poeta João de Jesus Paes Loureiro, que também participa dos episódios em conversas com Lia Sophia, o projeto aprovado pela Lei Paulo Gustavo está em fase de gravação.
“A série nasce a partir da inquietação que eu senti após a leitura do livro do poeta João de Jesus Paes Loureiro: ‘Cultura Amazônica – Uma Poética do Imaginário’, onde ele defende que o imaginário, na vida do caboclo amazônico, é um fato social, que influencia a vida ribeirinha no seu fazer, no seu pensar, no seu sentir e não é algo apartado da realidade material das coisas. É um imaginário que, em si mesmo, traduz conhecimento e modo de vida”, explica a idealizadora do projeto.
Entendendo a Amazônia como um local que tem muito a ensinar, ‘Rios de Encantarias’ busca capturar e compartilhar essa perspectiva a partir de manifestações culturais como o Çairé, o Boi de Máscaras, a lenda do Boto, a arte dos brinquedos de miriti, o Círio de Santo Antônio e a arte milenar da cerâmica marajoara.
Na primeira temporada da série, o projeto passa por cinco locais no Pará: Oriximiná, Ilha do Marajó, São Caetano de Odivelas, Abaetetuba e Alter do Chão. As gravações começaram em maio, onde foram entrevistados mestres do artesanato de miriti como Valdeli Costa, Mestre Riva e Mestre Diabinho.
“Em Abaetetuba, tivemos contato com alguns artesãos do brinquedo de miriti e com as histórias fantásticas que fazem parte do dia-a-dia da cidade, como a da Ilha da Pacoca, que é uma ilha encantada que fica toda iluminada e se move de lugar como um grande navio, navegando no rio Maratauíra. Essas histórias inspiram o imaginário poético dos abaetetubenses e se revelam no artesanato e nos brinquedos de miriti”, revela Lia Sophia.
No final de maio, foi gravado o episódio do Marajó que proporcionou com Pajé Roxita, Ronaldo Guedes e Cilene, do ateliê Arte Mangue Marajó, Dona Cruz, Seu Gemaque e dona Graça, guardiães do Museu do Marajó, em Cachoeira do Arari.
"Meu encontro com a Pajé Rouxita, em Soure, foi também um encontro com os Encantados da Ilha do Marajó, carregado de emoção e aprendizado, eu e a equipe nos sentimos pequenos diante dos mistérios daquele lugar", relembra a artista.
Em junho, foi a vez do projeto visitar São Caetano de Odivelas, mostrando a estética do Boi de Máscaras. Foram entrevistados Ivan do Vaca Velha e Edineuza do Boi Tinga.
No início de agosto, Lia Sophia acompanhada de sua equipe, visitou Oriximiná para registrar o Círio de Santo Antônio, único círio fluvial noturno do Estado. Neste final de semana, a equipe está em Alter do Chão para gravar o último episódio da série em que vão registrar o rito tradicional do Çairé.
Criado por Lia Sophia, Taísa Fernandes e Lúcia Tupiassu, com a assessoria de pesquisa de Paes Loureiro, que também participa dos episódios em conversas com Lia Sophia, roteiro de Lúcia Tupiassu, direção de Adriana de Faria e fotografia de Thiago Pelaes, a série documental “Rios de Encantaria” é um projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo.
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA