Espetáculo ‘Batista em Corpo e Fúria’ tem apresentações gratuitas de 12 a 15 de julho
A peça volta a ser apresentada após um ano e ganha exibição será no Teatro Waldemar Henrique

Durante quatro noites a história da Cabanagem vai ser “recontada” sob a ótica de um dos maiores nomes da revolução: o Cônego Batista Campos. O espetáculo de estreia, produzido pelo Grupo de Teatro Palha, será realizado na próxima quarta-feira (12), a partir das 20h, no Teatro Waldemar Henrique, no bairro da Campina. A entrada é franca e para pegar os ingressos disponíveis o público precisa chegar uma hora antes no espaço.
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A representação “Batista em Corpo e Fúria” é uma adaptação feita pelo ator Stéfano Paixão e o diretor Paulo Santana, do autor paraense Carlos Correia Santos. No espetáculo, os presentes vão conhecer muito um lado quase nunca contando nos livros de história.
“Fala muito da Cabanagem, do Eduardo Angelim, Malcher, dos Vinagres, em todos os líderes que assumiram o comando do Estado, mas pouco se fala da importância da Batista Campos, ele preparou o caminho dessas figuras”, observou Stéfano que interpreta Batista na peça.
Segundo o ator, a intenção do espetáculo é trazer ao conhecimento dos paraenses uma “pré Cambagem”, onde o líder participou ativamente falando sobre libertação e a luta contra os portugueses. Dentro os fatos que antecederam o início da revolução, está presente na peça a Festa de São Tomé.
“Os cabanos estavam infiltrados na festa, que era um Santo que era festejado pela igreja. É nesta madrugada do dia 6 para 7 de janeiro, que eles preparam o ataque e invadem a cidade”, explicou Stéfano sobre o trecho.
E não é atoa que Stéfano está com altas expectativas para o lançamento da peça, que inicia no dia 12 e segue até 15 de julho. “Estamos há quase um ano sem apresentar o espetáculo. Está tendo uma procura muito grande com pessoas ligando, mandando e-mails, mensagens, querendo saber data, local e hora”, declarou sobre a boa recepção do público.
Para ele, é uma grande honra dar à vida a um personagem tão icônico. Batista Campos foi alguém real, mas que precisou ser adaptado para o teatro, o que causou uma grande responsabilidade para Stéfano.
“É uma responsabilidade muito grande, porque tu coloca na boca do personagem informações importantíssimas da história dessa cidade, dessa regilião”, complementou.
Stéfano divide a cena com Kesynho Houston, que está no elenco e interpreta um caboclo, visto como a consciência e inconsistência de Batista Campos. Ele destaca a importância da participação do colega: “Ele entrou durante o processo de adaptação da obra, ajuda a conduzir essa história, sem ele ficaria difícil contar sozinho em cena”.
Propostas
Na encenação criada por Paulo Santana, há vários ícones ligados à imagética do cenário da época da Cabanagem, como o próprio porão do navio Brigue Palhaço e as prisões. Tudo apresentado sob um palco italiano onde os atores atuam frontalmente para a plateia sob um espaço “retangular”, em formato de caixa aberta.
De acordo com o diretor, o Batista Campos apresentado é um homem de luta, e não, um religioso. “Um homem do povo inspirado na obra original, queremos apresentar a fúria dos homens caboclos amazônidas em resistência”, complementou.
Paulo diz esperar um bom público, ou seja, casa cheia já que será apresentado de forma gratuita. A aposta do público alvo são os jovens.
“Já que estão de férias escolares, acredito que poderá ser um excelente programa para aqueles que estão em Belém”, acrescentou.
Santana também exalta a atividade exercida pelo Grupo de Teatro Palha, que tem 43 anos em atividade, e sempre se preocupou com a dramaturgia nacional e a valorização do dramaturgo paraense, pensando no “homem” da Amazônia.
SERVIÇO
Espetáculo Batista em Corpo e Fúria
- Dias: 12, 13, 14 e 15 de julho;
- Horário: sempre às 20 horas;
- Local: no Teatro Waldemar Henrique, localizado na Av. Presidente Vargas, 654;
- Entrada Franca.
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