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Especialista em atividades físicas inclusivas fala sobre dança em cadeiras de rodas

Professora e pesquisadora estará em Belém em junho para ministrar workshop no Encontro Internacional de Dança do Pará (EIDAP)

Fernanda Martins
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A dança é uma forma de expressão humana, logo, qualquer pessoa tem capacidade de dançar. E a dança em cadeira de rodas prova isso de forma contundente. A graça, a beleza e a emoção desta atividade conquista cada vez mais adeptos e cresce como modalidade competitiva em campeonatos pelo Brasil e pelo mundo. A professora Luciene Rodrigues, de João Pessoa, que desenvolve atividades artísticas e esportivas para pessoas com deficiência, estará em Belém, durante a realização do Encontro Internacional de Dança do Pará (Eidap) 2022, para ministrar o workshop Dança em Cadeira de Rodas. O evento ocorre entre os dias 9 e 12 de junho e as inscrições estão abertas.

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Graduada em Educação Física com especialização em Esportes e Atividades Físicas Inclusivas e em Audiodescrição, Luciene é campeã brasileira de dança esportiva em cadeira de rodas nos anos de 2003; 2005; 2010; 2011 e 2012. Há algum tempo, ela leva o workshop a diversas cidades do país, ajudando a difundir sua grande paixão: a dança unida à inclusão, para que cadeirantes possam utilizar seus corpos para expressar a arte. A modalidade em cadeira de rodas ocorre nos formatos Dança Combinada (um cadeirante e um andante), Dança em Dupla (dois cadeirantes), Dança de Grupo (danças coreografadas apenas com cadeirantes ou grupos mistos) e Dança individual.

Os campeonatos ocorrem no mundo inteiro e reúnem cada vez mais participantes. O cenário brasileiro ainda não se compara com o da Europa, especificamente, da Alemanha, onde a Dança em Cadeira de Rodas predomina. Naquele país, o movimento começou ainda em 1945 e a dança foi um elemento utilizado para engajar as pessoas com deficiências físicas em decorrência da Segunda Guerra Mundial. Desde 2001, o Brasil conta com sua Confederação Brasileira de Dança em Cadeira de Rodas (CBDCR). Em entrevista exclusiva a O Liberal, ela fala sobre dança e inclusão.

Por que você escolheu trabalhar com a dança para cadeirantes?

A minha escolha em trabalhar com a Dança em Cadeira de Rodas ocorreu pela minha paixão pela Dança. Sempre procurei novos desafios para me aprofundar nesse mundo mágico dos movimentos corporais. Iniciei meu trabalho em 1992, na Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad) em João Pessoa-PB. Em 1995, foi criada a Cia. de Dança Roda Vida, na qual me tornei diretora até a presente data. No decorrer da minha experiência, de 1995 até 1999, foram anos dedicados ao estudo da Dança enquanto arte no processo de reabilitação de pessoas com vários tipos de deficiência (intelectual, física, visual e auditiva). A partir do ano 2000, após participar do I Simpósio Internacional de Dança em Cadeira de Rodas e conhecer a Dra. Eliana Ferreira, que dedicou seus estudos de doutorado ao conhecimento e propagação da modalidade da Dança Esportiva em Cadeira de Rodas no Brasil, me entreguei à atividade. A partir da fundação da CBDCR e o encontro acadêmico com a professora Eliana, me tornei pesquisadora e professora especializada na modalidade de Dança em Cadeira de Rodas.

Como está a demanda pela Dança em Cadeira de Rodas no Brasil?

Hoje somos 14 Companhias de Dança em todo o Brasil. Há uma grande expectativa das pessoas com deficiência em conquistar cada vez mais os seus espaços e a dança é um caminho bastante eficaz para oportunizar esses anseios. O movimento da dança para pessoas com deficiência é bastante reconhecido em várias regiões do Brasil e a procura por esse conhecimento tem crescido em cada workshops que apresentamos.

Como está o cenário da dança competitiva para cadeirantes nacionalmente?

A Dança Esportiva em Cadeira de Rodas, no que se refere a competições, tem o seu papel e espaço tanto a nível nacional como a nível internacional. São 21 anos de prática e crescimentos dos seus professores, técnicos e atletas. Como todo esporte, a Dança não é diferente. É uma tendência sim, pois quanto mais estudarmos e praticarmos, mais adeptos teremos.

Há uma técnica específica que você trabalha neste workshop?

A técnica da Dança Esportiva em Cadeira de Rodas se respalda na Dança Esportiva e de Salão das Competições Internacionais.

Você tem um objetivo profissional a ser alcançado?

Como professora, o meu principal objetivo é levar o conhecimento da Dança como um instrumento favorável de transformação para as pessoas com deficiência. É com a partilha do saber que ampliamos as oportunidades na vida dessas pessoas. Não só no Esporte, mas, acima de tudo, em sua qualidade de vida.

Qual sua expectativa para a participação no EIDAP?

O Pará é uma região muito rica culturalmente isso é um forte indicador para o sucesso do EIDAP. No que se refere à Dança em Cadeira de Rodas, são três grupos dessa região ( Cia de Dança Exibela, Cia de Dança Mauro Santos e Cia de Dança Nosso Jeito) que tem uma projeção significativa no cenário Nacional e Internacional. Portanto as minhas expectativas são as melhores. E parabenizo desde já toda a equipe Idealizadora desse grandioso evento.

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