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Por Marco Antônio Moreira

Coluna assinada pelo presidente da Associação dos Críticos de Cinema do Pará (ACCPA), membro-fundador da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) e membro da Academia Paraense de Ciências (APC). Doutor em Artes pelo PPGARTES/UFPA; Mestre em Artes pela UFPA. Professor de Cinema em várias instituições de ensino, coordenador-geral do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC), crítico de cinema e pesquisador.

Um prodígio consolidado: o brilho de Natalie Wood

Marco Antonio Moreira
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A história do cinema é recheada de diversos atores e atrizes que iniciaram suas carreiras muito jovens e lidaram desde cedo com o sucesso. A maioria não soube lidar com a fama e muitos não tiveram reconhecimento justo de seu trabalho como adultos. Entre nomes como Shirley Temple, Macaulay Culkin (Esqueceram de Mim), Haley Joel Osment (O Sexto Sentido) e vários outros, a trajetória da atriz Natalie Wood (1938-1981) foi diferenciada por ser cheia de fatos que merecem atenção e que estão em evidência por causa do lançamento do documentário “Natalie Wood: Aquilo que persiste” (2020), de  Laurent Bouzereau.

O filme homenageia a história de Natalie Wood e apresenta histórias de sua trajetória pessoal e profissional por meio de imagens, entrevistas e fotos de momentos marcantes da sua carreira. As entrevistas têm participação de Robert Wagner (marido), suas filhas, Robert Redford (ator que trabalhou com ela em “A Procura do Destino” (1965) de Robert Mulligan e “Esta Mulher é Proibida” (1966) de Sidney Pollack), entre outros artistas.

Fotos

Natalie Wood iniciou sua carreira no cinema com apenas 5 anos no filme “Filho Querido” (1943), de Irving Pichel com Don Ameche e, posteriormente, participou de diversos filmes como “O Amanhã é Eterno” (1946), de Irving Pichel com Orson Welles, e Claudette Colbert e “De Ilusão também se Vive” (1947) de George Seaton com Edmund Gween e Maureen O´Hara, que foi um grande sucesso de público com sua história que se passa entre o Dia de Ação de Graças e o Natal, em Nova Iorque, mostrando um Papai Noel de uma loja de departamentos que afirma ser o verdadeiro Papai Noel. Este filme se tornou um clássico do Natal.

Depois de alguns trabalhos para a televisão americana, Wood participou do filme que mudou sua carreira: “Juventude Transviada” (1955), de Nicholas Ray, com James Dean e Sal Mineo. O filme mostrou o talento acentuado da atriz e foi ovacionado pela maioria dos críticos especializados como um dos melhores filmes da década. Em 1956, ela teve uma pequena participação no clássico “Rastros de ódio” de John Ford, ao lado de John Wayne. Interpretou o papel de uma jovem que foi raptada pelos índios quando criança e que será resgatada pelo tio em um personagem que proporcionou uma das melhores atuações de John Wayne.

Em 1961, sua participação em “Clamor do Sexo” (1961), de Elia Kazan é, provavelmente, sua melhor interpretação no cinema. O filme mostra a história de um jovem casal apaixonado em 1928, que sofre com pressões morais de uma pequena cidade do interior. Sua personagem é obrigada a lidar com a sexualidade reprimida por uma sociedade hipócrita e machista. Com a direção do excelente Elia Kazan, realizador de grandes clássicos como “Uma Rua Chamada Pecado” (1951), “Sindicato de Ladrões” (1954) e “Vidas Amargas” (1955), Natalie Wood iniciou uma nova fase em sua carreira em que priorizou papéis mais significativos que desafiaram sua performance como atriz. Ela se empenhou para interpretar o papel de Maria em “Amor Sublime Amor” (1962), de Robert Wise e Jerome Robbins em um trabalho elogiado que teve mais de seis meses de produção. O filme é uma excelente adaptação ambientada nos anos 1950 e baseada na obra “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare.

Nos anos 1960, Wood demonstrou questionamentos sobre o modo como sua carreira estava sob controle dos grandes estúdios de produção. Participou como atriz nos filmes “O Preço do Prazer” (1963), de Robert Mulligan, “A Corrida do Século” (1965), de Blake Edwards, “A Procura do Destino” (1965), de Robert Mulligan e “Esta Mulher é Proibida” (1966), de Sidney Pollack, entre outras produções. Após “Os Prazeres de Penélope” (1966) de Arthur Hiller, com problemas pessoais e conflitos com os estúdios, ela ficou três anos sem atuar no cinema e retornou com a ótima comédia “Bob, Carol, Ted e Alice” (1969), de Paul Mazursky, que mostra um casal que decide expandir os limites do seu casamento.

Nos anos 1970, Natalie Wood optou por se dedicar a família e fez poucos filmes, como “Meteoro” (1979) de Ronald Neame com Sean Connery e “O Último Casal Casado” (1980) de Gilber Cates com George Segal, além de algumas produções feitas para a televisão americana. Em 1981, durante as filmagens de “Projeto Brainstorm” (1983), de Douglas Trumbull, ela faleceu aos 43 anos em circunstâncias que ainda geram polêmicas. Com boas participações em diversas produções para cinema e televisão, Natalie Wood foi uma artista que desenvolveu seu talento e inevitavelmente teve criticas e elogios ao seu trabalho, que foi reconhecido em Hollywood com três indicações ao Oscar de melhor atriz (Juventude Transviada/Clamor do Sexo/O Preço de um Prazer).

O documentário “Natalie Wood: Aquilo que persiste” poderia ter dedicado mais tempo aos seus trabalhos como atriz e incluído mais entrevistas com Wood. Mas certamente contribuirá para que sua trajetória artística seja mais conhecida e valorizada.

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