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Carnaval: Valéria Paiva abre o guarda-roupa e conta histórias de figurinos icônicos

Looks de milhões formam o closet da vocalista do Fruto Sensual

Lucas Costa
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Quando Valéria Paiva, Hellen Patrícia, Viviane Batidão e até Joelma sobem ao palco, é mais de uma voz que o público enxerga. As cantoras investem cada vez mais na produção da imagem que vão apresentar àqueles que pagam para assistir aos shows, e esse movimento resulta em figurinos cada vez mais exuberantes, com paetês, pedrarias, saias e capas esvoaçantes; tudo para complementar o espetáculo.

Na preparação para a maratona de shows de carnaval, a vocalista do Fruto Sensual, Valéria Paiva, abriu o closet para mostrar seus figurinos mais brilhantes e também relembrar as histórias por trás deles. É o cômodo anexo ao seu quarto que guarda todas as roupas, sapatos e acessórios com os quais a cantora sobe ao palco - é nesse mesmo cômodo que ficam as roupas do dia a dia, ocupando apenas 10% dali.

 

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Os queridinhos de Valéria são os do estilista Ruy dos Anjos - que veste também nomes como Lexa, Mc Mirella e Nicole Bahls. Um dos favoritos é também marcante para o público (e o mais pedido dos contratantes), o figurino que Valéria usa na capa do DVD de 21 anos da banda Fruto Sensual.

A relação com Ruy começou com a admiração, como relembra Valéria. “Ele é de Macapá. E eu sempre tive um sonho de usar uma roupa dele, mas são caras. Quando foi uma vez cantar em Macapá, ele disse ‘cara, eu sou muito teu fã e eu quero te dar uma roupa de presente’. Aí eu fiquei doida, ele fez todo o meu figurino, inclusive esse daqui que foi do aquele DVD. O pessoal é apaixonado por essa, que é aquela roupa da rainha que o povo fala, né? Foi um dos primeiros assim que ele fez para mim, e aí pronto, não parou mais”, contou Valéria, mostrando orgulhosa o vestido.

Alguns dos figurinos mais recentes de Ruy para Valéria foram os usados por ela nas gravações do último Sons do Pará. Outro que está entre os favoritos é um feito em veludo preto, coberto de espelhos circulares, com ombros que lembram os figurinos clássicos de Xuxa.

Para costurar para Valéria, o que vale é o bom gosto do estilista. Ela diz que não é de apresentar referências, só não gosta de peças muito cavadas. “Eles acham engraçado que eu falo assim: ‘eu confio no teu bom gosto’. O Ruy, quando eu peço, ele diz bem assim ‘ah, tu és rainha, então eu vou mandar alguma coisa’. E eu confio de olhos fechados mesmo, sabe? Eu digo, ‘olha o que tu acha bacana e faz pra mim, mas lembra que eu sou avó’. Aí eu não quero coisa muito triquini. Até brinco. ‘Não quero virilhão, não quero triquini’”, diz Valéria, entre risos.

O acervo de Valéria guarda também memórias da carreira. Um exemplo é um longo vermelho, usado em 2002. “Esse vestido eu fui pro Baile dos Artistas receber o prêmio de Banda Revelação. Nessa época eu estava competindo até com a banda Calypso, e a gente ganhou e quem me entregou esse prêmio foi Elke Maravilha e Lúcio Mauro. Então esse vestido aqui eu guardo com tanto carinho”, relembra.

Movimento de criação de figurinos cresce e aquece atividade

Valéria Paiva tem uma longa história com figurinos, mas é recente o crescimento de uma cadeira que envolve este trabalho em Belém. O estilista Alessandro Nascimento, por exemplo, começou a trabalhar exclusivamente com figurinos de show há seis meses. Ele trabalha com Valéria Paiva, Hellen Patricia, Viviane Batidão, Nega Lora, entre outros nomes.

“Eu faço desde a arte, a produção, confecção e modelagem. Desde o início até a finalização das peças. Eu faço os desenhos, mando, elas aprovam e eu entro em fabricação”, explica Alessandro, sobre como funciona o trabalho

O estilista trabalhava em uma grande loja de varejo de roupas. Entrou no ramo dos figurinos depois que a cantora Nega Lora, sua amiga pessoal, o chamou para fazer um figurino para um show. Foi a partir daí que o trabalho chamou a atenção de outras cantoras do estado.

“Devido a pandemia, foi uma área que me puxou. Minha mãe costura tem mais de 20 anos, então cresci vendo ela costurar, e eu costurava também, mas não profissionalmente. Foi através da Nega Lora que comecei a investir nesse ramo”, relembra Alessandro.

O processo de criação é praticamente espontâneo, e sua maior inspiração são as roupas usadas por grandes astros da música pop internacional. 

“Não tenho exatamente um estilista como referência, mas me inspiro muito nos looks da Beyoncé, pois tem muito brilho, muito bordado, é tudo muito luxuoso. Mas a maioria vem da minha cabeça. As vezes estou em um lugar e vem uma ideia, então faço rabisco, depois repasso para as cantoras”, conta.

As peças produzidas por Alessandro, que hoje consegue empregar uma equipe de cinco pessoas em seu processo, incluindo a mãe, têm um custo que vai desde R$ 200 até R$ 3,5 mil. Um dos mais recentes levou quatro dias para ser finalizado, em uma corrida contra o tempo e “dias sem dormir”. Foi um dos usados por Viviane Batidão em um show que teve Pabllo Vittar, em Belém.

Alessandro também faz figurinos para Joelma atualmente, e trabalha em looks para a nova turnê da cantora. Tudo guardado a sete chaves. Em uma crescente na carreira, Alessandro acredita que ainda há mais espaço para estilistas de figurino em Belém.

“Acho que falta ser mais procurado. Às vezes é uma coisa tão necessária para as cantoras, é algo que agrega no palco, mas infelizmente nem todo mundo tem acesso”, defende Alessandro.

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