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Carlos Gomes completa 125 anos de falecimento

Programação homenageia o maestro e compositor de óperas que foi o primeiro diretor do Conservatório Carlos Gomes.

Enize Vidigal O Liberal

Há 125 anos, o maestro e compositor Carlos Gomes, considerado o mais importante compositor de ópera brasileiro, falecia em Belém do Pará, aos 60 anos. O autor de "O Guarani" nasceu em Campinas, São Paulo, fez sucesso na Europa, morou na Itália, berço da ópera, e, nos últimos meses de vida, se mudou para Belém a fim de dirigir a recém-criada escola de música, que, hoje, conhecemos como Instituto Estadual Carlos Gomes. A data será lembrada com uma programação restrita aos alunos e professores, mas à tarde, o Coral de Trombones vai apresentar no jardim do instituto uma versão da abertura de "O Guarani". Além disso, o Memorial Carlos Gomes, que reúne acervo museológico e histórico do artista, ficará aberto à visitação pública.

O diretor de ensino do instituto, Joel Costa, justifica que, este ano, não será possível realizar os recitais em homenagem a Carlos Gomes devido aos cuidados de prevenção da Covid-19. Pela manhã, às 10 horas, as professoras Lúcia Azevedo, Adriana Azulay, Gelda da Silva e Ivana Venturieri tocarão a introdução de "O Guarani" no formato a quatro mãos, usando dois pianos. Em seguida, o pianista Robenare Marques vai acompanhar o cantor Tiago Nascimento na execução de duas canções de Carlos Gomes, "Quem Sabe" e "Bela Ninfa de Minh'Alma". 

Esses espetáculos serão acessíveis somente aos alunos e professores que tiverem aula regular nesse dia, já que as aulas presenciais estão reservadas somente ao aprendizado prático e com revezamento de turmas para evitar aglomeração.

Já à tarde, a partir das 16 horas, o Coral de Trombones, que é composto por professores e alunos do instituto, irão tocar a introdução de "O Guarani" com novo arranjo, nos jardins do instituto. A apresentação poderá ser observada ao ar livre, do lado do órgão. Enquanto o Memorial ficará aberto das 8h30 às 12 horas e das 14h30 às 17 horas.

"O Memorial conta a história do Carlos Gomes, a chegada dele a Belém e os primeiros anos do instituto. Lá estão algumas relíquias, como a batuta com a qual ele regia; partituras originais; a máscara mortuária de Carlos Gomes, de 1896, que foi esculpida pelo artista italiano Domenico de Angelis; e o óleo sobre tela em tamanho natural do maestro pintada por Antonieta Santos Feio, de 1937.

História

Antônio Carlos Gomes faleceu em 16 de setembro de 1896, apenas três meses após assumir a direção do conservatório, que, na época, não levava o nome dele. O ápice da carreira dele se deu na Europa, anos antes, especialmente na época da Monarquia, em que tinha o imperador Dom Pedro II como mecenas, e o brasileiro residiu na Itália, onde fez sucesso com várias óperas. 

O professor e jornalista João Augusto Ó de Almeida, pesquisa a realidade musical, política e cultural da Belém da Nova República, quando o conservatório foi fundado na capital paraense, em 1895, a partir da mobilização de uma associação constituída por membros da elite da época. "O Carlos Gomes era um ídolo nacional. Ele veio quatro vezes a Belém, nos anos de 1882, 1883 e 1895, ele veio participar de temporadas da encenação de óperas dele, regeu algumas vezes. Ficou meses aqui em cada uma dessas visitas. Ele realmente se conectou com a sociedade paraense. Em 1896, ele veio para assumir a direção do conservatório", relata. As vindas de Carlos Gomes geravam comoção pública e ele recebia muitas homenagens. 

O conservatório foi criado poucos meses antes com uma administração provisória, que o maestro veio substituir. Mas ele já chegou a Belém em estágio terminal de câncer de língua, e faleceu quatro meses depois. "A doença foi acompanhada diariamente pela imprensa e os funerais dele atraíram grande público", relata. 
 

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Cultura
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