Bruna BG lança 'O Norte Pulsa', manifesto sonoro pela Amazônia viva
Intenção é colocar no meio das discussões da COP 30, por meio da música, temas caros aos amazônidas, como identidade, território e resistência
Pulsação é vida. E os habitantes da Região Norte do Brasil, da Amazônia, precisam fazer valer que suas vozes sejam ouvidas nas discussões sobre o futuro desse bioma e do mundo como um todo. É com essa pegada que chega ao público o EP “O Norte Pulsa”, novo trabalho da rapper paraense Bruna BG. O EP mistura rap, guitarrada, brega e sonoridades amazônicas em quatro faixas, todas produzidas pelo músico e compositor Pio Lobato. O trabalho chega durante a COP 30 como um manifesto sobre identidade, território e resistência.
Como diz a própria Bruna: “O Norte pulsa em muitas vozes. Cada faixa é um pedaço da nossa raiz. Cada verso, uma história que pulsa comigo. ‘O Norte Pulsa’ traz o grito de quem vem da beira, da rua. São quatro faixas, produzidas com quem acredita e sonha junto”.
As canções no EP são: “Salgaram a terra” (feat. Felipe AK, Moraes MV e Layse); “Rock sem fim” (feat. Keila Gentil e Pelé do Manifesto); “Meus Heróis” (feat. MC Ira e Jeff Moraes) e “Cigana” (feat. Raidol e Chemical Noise). Juntos, os artistas constroem um retrato sonoro que atravessa rimas densas, espiritualidade, sensualidade e resistência periférica, reafirmando o Norte como espaço de inovação musical e potência narrativa.
Com esse EP, Bruna consolida-se como uma das vozes mais potentes do rap amazônico contemporâneo. A artista celebra o amor nortista e reafirma a potência cultural da região. Reivindica a Amazônia como território vivo, consciente e produtor de futuro. Até porque esse projeto nasce do desejo da rapper de imprimir nas suas rimas a energia das origens amazônicas.
“Esse EP é uma grande realização pra mim. Poder juntar artistas daqui da região, trazer a originalidade dos nossos instrumentos e do nosso estilo pro meu rap é muito especial. É um rap do Norte de verdade, que traz brega, fala de floresta, de periferia, de regionalização, tanto na fala quanto no instrumental. É uma obra que honra nossas raízes”, afirma Bruna. Para construir esse universo sonoro, ela convidou o multi-instrumentista Pio Lobato, referência na pesquisa da música paraense, responsável pelas texturas e camadas que conectam o rap às matrizes regionais.
“O Norte Pulsa” marca uma nova fase de Bruna BG sob o selo Caqui, de Reiner e Pratagy. Marajoara de Breves (PA) e criada na periferia de Belém, Bruna transita pela música desde 2007, quando iniciou sua trajetória explorando gêneros como rock, reggae, soul e samba.
Em 2016, encontrou no rap sua expressão mais autêntica e passou a compor e produzir de forma independente. Assim, conquistou espaço em eventos culturais do Pará.
Com letras que ecoam ancestralidade, resistência e vivências periféricas, Bruna alcançou projeção com trabalhos como “Homens e Deuses” (2017), “Amazônia Vive #3”, “Pesadelos”, “Sou Sim” e “Mercadorias”. Em 2021, lançou seu primeiro EP, “Bruna BG”, seguido pelo álbum visual “Ritual das Candeias” (2022), em parceria com a rapper Anna Suav.
Sua pesquisa artística mistura rap a brega, afrobeat, reggaeton, kuduro, guitarrada e outras sonoridades latinas, africanas e amazônicas. Uma sonoridade que reflete a diversidade cultural da região.
Bruna BG já se apresentou em festivais como Se Rasgum, Psica, Prata da Casa (SP), Até o Tucupi (AM), Festival M.A.N.A, AFROPUNK EXPERIENCE e Jambu Live, além de abrir shows de BK, 3030, Black Alien, Rael e Primeiramente. Criadora do Baile Rap Sessions — evento que desde 2023 fortalece a cultura do rap e já reuniu mais de 40 artistas — ela também vem sendo reconhecida além da música, figurando entre as novas autoras da literatura contemporânea brasileira, segundo o Itaú Cultural (2022).
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