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Brega será patrimônio cultural e imaterial do Pará

Agora vai. O ritmo sempre liderou a procura nas academias de dança de salão.

Enize Vidigal O Liberal
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O ritmo brega, que já foi sinônimo de cultura de periferia e, por isso mesmo, marginalizado, vai ganhar o merecido reconhecimento como integrante do patrimônio cultural e imaterial do Pará. O feito acontece 50 anos após seu surgimento no estado. O brega paraense ganha novo status após ter conquistado espaço na cena nacional através de artistas como Joelma e Ximbinha da Banda Calypso, Gaby Amarantos e Fafá de Belém, e, principalmente, depois que a música brega virou patrimônio imaterial de Recife, em julho deste ano, despertando ciúme nos paraense. Nas academias de dança de salão de Belém, o ritmo sempre foi o mais procurado pelos alunos, segundo o professor, dançarino e coreógrafo Rolon Ho. 

A lei que declara o reconhecimento do ritmo brega como patrimônio cultural e imaterial do estado do Pará será assinado pelo governador Helder Barbalho, na próxima quarta-feira, 15, durante solenidade no Palácio do Governo. O projeto de lei é de autoria da deputada estadual Ana Cunha, na Assembleia Legislativa do Estado.

"Quando a gente olha o Brasil de fora, consegue ver que o carioca tem o samba, o Nordeste tem o forró e o frevo e quando olhamos para o nosso estado, vemos que temos cultura peculiar, mas o brega não pode ficar de fora. O brega virar patrimônio imaterial está atrasado porque esse ritmo já faz parte da nossa vida há 50 anos", avalia Rolon.

Ele afirma que o brega é o ritmo que sustenta a dança de salão na capital paraense, desde o passado em que o ritmo era considerado pejorativo, até os dias atuais, em que caiu no gosto da elite e virou "chique". A faixa-etária mais comum desses alunos está entre 25 e 45 anos, sendo 70% desses, mulheres. "O brega não sai de moda na nossa região. Aqui, em Belém, a gente nasce vendo as pessoas dançarem, isso é muito natural pra gente". Ele afirma que o brega é um dos ritmos mais fáceis para se aprender a dançar, com os alunos obtendo resultado já na primeira aula. "São passos muito simples. O que facilita o aprendizado é a cadência rítmica a que já estamos familiarizados", diz ele, que leciona há 18 anos.

A paixão dele pela dança começou com uma frustração relacionada ao brega: um dia, foi convidado a dançar pela garota da qual gostava, porém, não sabia dançar. Ele passou a estudar até que a dança virou profissão. Foi dançarino da Banda Calypso, venceu concursos de dança ao lado da parceira Thais Sousa, inclusive, fora do Pará, e, hoje, possui uma academia. 

Já Thais, foi estimulada na dança pela família, desde a infância. As 10 anos, conheceu Rolon no projeto que ele desenvolvia na escola que ela estudava. Ela teve o talento reconhecido, ganhou bolsa de estudo e acabou se tornando uma dançarina reconhecida. "Estou muito feliz de ver tudo isso de perto (reconhecimento do brega). Nasci na periferia, no bairro da Pedreira, cresci dançando brega. É uma dança tão gostosa".

"O brega é fácil de aprender, é um passinho pra frente e outro pra trás. E tem para todos os gostos: para quem quer dançar agarradinho tem o brega saudade; para quem é mais elétrico, o brega pop; o calipso tem jogadas de cabelo e movimentos mais expansivos; e quem gosta de girar, do famoso 'caqueado', é o tecnomelody ou tecnobrega". 
 

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