Baiana System agita noite desta quinta em festival
Festival terá ainda show de Emicida, Bruno BO e DJ Morcegão

Quem conhece o Baiana System sabe da famosa “roda” protagonizada pelo público que fica eufórico quando Russo Passapusso começa a incitar o movimento. Chega a ser um dos momentos mais esperados do show. E para quem vai se misturar nesse furdunço é bom que saiba que o grupo já chegou em Belém e está preparado para se apresentar, hoje (11), no Festival Hypnótica junto com Emicida, Bruno BO e DJ Morcegão, no Hangar.
O coletivo Baiana System vem conquistando o público pela força, inovação e entre outros aperitivos. E pelo flerte de dez anos que já existe entre o Baiana e o Pará, resolvemos fazer uma entrevista especialmente com o grupo para eles falarem da relação que já possuem com o estado.
O guitarrista Roberto Barreto, que também é um dos idealizadores do projeto, conheceu Pio Lobato e Mestre Vieira, em Salvador, há dez anos. O Baiana ainda estava no início do projeto com esse sotaque da guitarra baiana. “Esse encontro deixou uma semente muito forte. Tanto que no primeiro disco tem uma música em homenagem a Pio Lobato que é uma guitarrada e desde esse período a gente vem se aproximando muito mais”, declara Roberto.
O grupo tocou em Belém no ano passado já com expectativa de voltar. Os integrantes do Baiana falam que o público paraense é envolvente e receptivo. Além disso, há uma afinidade entre a Bahia e o Pará pela forte cultura popular, a ligação com a dança, comida e origem africana.
A semente que veio em 2009 ainda está em construção e eles se consideram um sistema em movimento, como destaca o guitarrista Roberto Barreto, um dos idealizadores do projeto. Baiana System vem se destacando e nos últimos anos vem ganhando o mundo por meio da música.
“Nosso entendimento é de sempre colocar a música em primeiro lugar, assim naturalmente damos menor importância ao chamado sucesso. Somos apenas instrumentos a serviço da arte e as características do nosso seguimento artístico caminham em direção à valorização cultural. Só de escrever a palavra “cultura” o contexto cresce, as relações com educação e política e diversos outros aspectos sociais se multiplicam. Aí quando saímos do Brasil, o Brasil fica cada vez mais forte dentro da gente”, completa Russo Passapuso, vocalista do grupo.
Sobre o show na capital paraense, Russo Passapusso disse que o Baiana possui um esqueleto geral, mas que se move, de acordo com o público, com dia. “O formato inspirado no SoundSystem traz essa liberdade. Temos bases, temas e ideias que estão ali mas podem mudar e isso tem uma dinâmica muito grande. As vezes mudamos na hora do show algumas ordens. Isso deixa a coisa mais viva e verdadeira. Na verdade, o público e as trocas que acontecem durante o show acabam ditando o ritmo e como o repertório vai caminhar”, acrescenta.
E por falar em troca com o público não poderíamos deixar de perguntar sobre a famosa “rodinha” que é feita durante os shows. Russo Passapusso respondeu que tudo isso é fruto de uma transformação do que se vê nas ruas. O Baiana procura muito habitar nesse ambiente para poder ter o entendimento das coisas que acontecem fora delas. Todas essas manifestações se misturam com a música. É a mensagem que vem do público.
Diante dessas particularidades do coletivo é impossível falar de Baiana e não pensar em força. É como se fosse algo mistico no meio de tudo isso. Perguntamos se essa “coisa” toda é a tal da baianidade. E olha o que Russo respondeu:
“Baianidade com a energia do rock n’ roll, a psicodelia jamaicana, as imagens do sertão, o mundo audiovisual. O BaianaSystem é uma colcha de retalhos, uma imagem, um quebra-cabeça montado a partir das experimentações com nossas heranças musicais, e as linguagens musicais que absorvemos pela janela do mundo”.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA