Arte Pará participa da estreia da Feira SP-Arte Rotas Brasileiras

No estande do projeto Arte Pará serão apresentadas obras de cinco mulheres da Amazônia Legal: Yaka Huni Kuin (Acre), Elza Lima, Nina Matos e Nayara Jinknss (Belém) e Gê Viana (Maranhão)

Bruna Lima
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O Arte Pará está às vésperas da exposição da edição histórica de 40 anos e começa o aquecimento na 1ª edição da feira SP-Arte Rotas Brasileiras, que ocorre entre 24 e 28 de agosto, na Arca, um galpão industrial erguido na década de 60  em São Paulo. No estande do projeto Arte Pará serão apresentadas obras de cinco mulheres da Amazônia Legal: Yaka Huni Kuin (Acre), Elza Lima, Nina Matos e Nayara Jinknss (Belém) e Gê Viana (Maranhão). O conjunto reúne o discurso simbólico a partir de valores regionais, de pautas identitárias, ecológicas e socioculturais e do histórico conceito de “visualidade amazônica”. 

A iniciativa de parceria entre o Arte Pará e a SP-Arte Rotas Brasileiras se deu por meio de um compromisso mútuo de repasse de 100% do valor de cada obra vendida diretamente à respectiva artista.

Participam da SP-Arte Rotas Brasileiras 70 expositores, entre galerias de arte e projetos convidados, que costuram diferentes pontos de vista do Brasil. Fernanda Feitosa, que é fundadora e diretora do SP-Arte, disse que se preocupou em trazer expositores de diferentes estados que se interessam em falar sobre os diferentes fazeres artísticos brasileiros, desfazendo fronteiras entre o erudito e o popular, o centro e a periferia, o comercial e o institucional e trazendo a cosmovisão de diferentes “Brasis”.

“Queremos mostrar que o Brasil de Maria Lira é o Brasil de Volpi, que é também o Brasil de Jaider Esbell, formando um mosaico que celebra a altíssima qualidade da nossa produção artística”, pontua Feitosa.

Entre 2007 e 2019, A SP-Arte foi responsável pela criação e realização da SP-Foto, dedicada exclusivamente ao setor da fotografia, que acontecia sempre no mês de agosto, e que se consolidou como plataforma de intercâmbio cultural e artístico entre curadores, colecionadores, artistas, renomadas galerias, editoras, museus e admiradores do segmento.

Fernanda explica que a partir deste ano, a SP-Foto expande seu escopo, e passa a abranger múltiplas linguagens artísticas e dá origem à feira Rotas Brasileiras, dedicada à arte brasileira, com ênfase na riqueza e na diversidade da produção artística e com um olhar sobre as cinco regiões do Brasil, apresentando também artistas que o público não tenha acesso.

“Em ambas as feiras, buscamos desenvolver o mercado de arte, atuando em parceria com galerias e instituições para ampliar o acesso, expandir e formar público, crescer e fortalecer as galerias de arte, promover artistas e sua produção.  Isso se dá pela feira em si, mas também por conversas e debates, lançamentos de livros e visitas guiadas, audioguias. Também produzimos muito conteúdo online, por meio do site SP-ARTE.COM, newsletters e mídias sociais. Recentemente, a SP-Arte foi apontada pelo portal Artland como a terceira feira do mundo em presença digital, atrás apenas da Frieze e da Basel”, acrescenta a fundadora do projeto.

Parceria

A parceria entre o Arte Pará e SP-Arte "Rotas Brasileiras" surge a partir de uma admiração mútua. “Pelo nosso lado, sabemos que as muitas décadas de história e o trabalho formidável realizado por Roberta Maiorana, Paulo Herkenhoff, Vânia Leal e mais recentemente pela Laura Rago, que fazem do Arte Pará um evento com importância ímpar em escala nacional. Desde o início havia um desejo muito forte de ter uma boa representação dos artistas da região Norte na feira e o Arte Pará foi um dos primeiros projetos que convidamos. Como a abertura da 40ª edição acontece em setembro, pensamos a parceria como uma espécie de aquecimento, onde alguns dos artistas selecionados são apresentados previamente em São Paulo e podem chegar a um público maior”, explica Tamara Perlman, que é diretora de novos negócios do SP-Arte.

Além do Arte Pará, a SP-Arte Rotas Brasileiras possui outros artistas que representam a Amazônia.  Tamara explica que a ideia é da feira é abranger os estilos de artistas que, embora sejam originários de regiões próximas, mas que tenham visões e expressões artísticas distintas.

Além do Arte Pará, que apresentará trabalhos de Elza Lima, Gê Viana, Nay Jinkins, Nina Matos, Yaka Huni Kuin, Tamara acrescenta que outros artistas que se debruçam sobre as várias “Amazônias” também vão participar da feira. “A Carmo Johnson Projects, por exemplo, apresenta obras do Coletivo Mahku.  A galeria Almeida & Dale propõe uma redescoberta do trabalho de Hélio Melo (1926-2001), a C. Galeria apresenta um trabalho super contemporâneo de Uyra Sodoma, que mescla ecologia e questões de gênero, os fazeres tradicionais estão representados pelos Bancos do Xingú feitos por artistas da etnia Mehinaku. Gustavo Caboco, pela Millan, que é curitibano, mas cresceu dentro da cultura Wapichana, de Roraima. Jaider Esbell já internacionalmente reconhecido, Rafa Kennedy, fotógrafa apresentada pela HOA, também compõem esse rico panorama”, explica Tamara.

A fotógrafa paraense, Elza Lima, diz que se sente feliz em fazer parte do time do Arte Pará na feira. “É muito representativo que o Arte Pará nos seus 40 anos esteja levando artistas de várias gerações do Pará e de outros estados da Amazônia divulgando a arte, que fica a borda dos grandes centros. É uma grande oportunidade de mostrar a diversidade do Pará”, avalia a fotógrafa.

No dia 26, Elza Lima vai participar de uma roda de conversa, às 18h, no STATE, prédio anexo à Arca, em torno dos processos criativos, os bastidores de grandes projetos e perguntas da plateia. A mediação será de Leandro Muniz.

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