'Tremembé': Atores revelam como 'humanizaram' os criminosos na série
Em entrevista exclusiva a O Liberal, os atores Vera Egito, Kelner, Anselmo e o jornalista Ulisses Campbell comentaram sobre o processo de produção
A série “Tremembé”, da plataforma de streaming Prime Vídeo, foi lançada nesta segunda-feira (3) e já está dividindo opiniões entre o público brasileiro. A produção audiovisual inspirada nos livros de Ulisses Campbell procurou mostrar a vida dos presidiários responsáveis pelos crimes mais repercutidos no Brasil, sendo: Suzane Von Richthofen, Elize Matsunaga, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.
Para a criação da série, os atores revelaram em entrevista exclusiva a O Liberal que optaram por humanizar e trazer outra perspectiva sobre os personagens. “A gente tem uma visão de um espaço fechado onde as pessoas convivem, então elas dormem, elas trabalham, elas acordam, se relacionam, namoram, elas têm esposo e esposa, elas transam, elas ficam doentes, elas quebram o pau. Coisas que são acontecimentos que a gente não acompanhou, a gente acompanhou o crime, então traz uma outra perspectiva desses personagens”, explicou Kelner, que interpreta o personagem Cristian Cravinhos.
Para o ator Anselmo Vasconcellos, intérprete de Roger Abdelmassih, o espaço da produção audiovisual é para mostrar a rotina comum dos criminosos como pessoas, algo que vai além do crime cometido. “Nós estamos mostrando, além do que já se sabe deles, outras interações, são pessoas, não são ícones da criminalidade. Elas existem e continuam existindo após o crime”, destacou Vasconcellos.
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Além das opiniões dos atores citados acima, a diretora da série, Vera Egito, explicou que a intenção da série não é fazer com que esses crimes não sejam esquecidos, mas sim apresentar a realidade de outras ações.“São pessoas que fizeram coisas terríveis e para muitas pessoas, imperdoáveis. Em nenhum momento, a série esquece disse ou quer esquecer, é que pessoas podem ser terríveis, que fizeram coisas terríveis, mas não deixam de ser pessoas que tem outras ações na vida além daquele ato terrível. São seres humanos complexos”, afirmou Vera Egito.
“A gente teve uma obsessão por ser aproximar cada vez mais da realidade e a pesquisa foi feita também em cima do processo de execução penal, que é aquele que acompanha a vida do preso na justiça e dentro desse processo tem os laudos psicológicos. Esses [laudo] são as terapias que eles [presos] fizeram com as psicólogas, que têm depoimentos em primeira pessoa e que a gente saiu pinçando falas dali para encaixar no roteiro”, finalizou o autor belenense dos livros sobre os casos, Ulisses Campbell.
(Victoria Rodrigues, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web em Oliberal.com)
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