MENU

BUSCA

Raul Seixas ganha série biográfica na Globoplay na semana em que completaria 80 anos

O seriado chega à plataforma de streaming no dia 26 de junho, com oito episódios disponíveis no dia do lançamento

Amanda Martins

Um dos artistas mais autênticos e provocadores da música brasileira, Raul Seixas terá sua vida e legado retratados na série originalRaul Seixas: Eu Sou”, que estreia na próxima quinta-feira (26/06),  na Globoplay. A produção chega ao catálogo na mesma semana em que o cantor baiano completaria 80 anos. Ao longo de oito episódios, que estarão disponíveis integralmente na plataforma a partir do lançamento, a obra conduz o público por uma jornada sensorial, humana e intensa pela trajetória do “Maluco Beleza”. Criada por Paulo Morelli e dirigida em parceria com seu filho, Pedro Morelli, a série é estrelada por Ravel Andrade e tem produção da O2 Filmes. 

Assista ao trailer:


VEJA MAIS

Raul Seixas ganhará exposição inédita no MIS; artista faria 80 anos em junho
A mostra vai apresentar uma retrospectiva da carreira do músico a partir de itens pessoais

Música inédita de Raul Seixas é lançada em fonograma com interpretação de André Prando
"Vivian" é uma homenagem à filha caçula de Raul Seixas

A série mergulha na complexidade do artista que misturava crítica social, filosofia, esoterismo e humor, com direito a pitadas de surrealismo que ecoam o espírito livre e transformador de Raul.  Segundo Paulo Morelli, um dos focos da produção foi mostrar cenas inéditas e pouco exploradas da vida de Raul, como o momento exato da criação de músicas que viriam a se tornar clássicos. A série resgata os processos criativos ao lado de parceiros como Paulo Coelho (vivido por João Pedro Zappa) e Cláudio Roberto (João Vitor Silva).

“Tem muitas sequências em que mostramos o processo de composição acontecendo. Às vezes, é uma suposição de como teria sido. A ideia era mostrar algo além do que o público já conhece”, afirmou o diretor em coletiva. 

Para isso, os criadores optaram por uma narrativa que mistura o realismo com elementos oníricos. “A gente joga tudo com ele, as loucuras, os delírios. Muitas cenas têm tons surrealistas, entramos na cabeça do Raul para viver com ele essa experiência visceral”, explica Pedro Morelli.

Um legado que atravessa gerações

Intérprete do ícone de várias gerações, Ravel Andrade mergulhou profundamente na construção de Raul Seixas. Ele relata que se dedicou intensamente à pesquisa. “Fui para os livros, Youtube, músicas, o primeiro disco. Foi um caminho muito solitário e intenso”, disse. 

Ele também relata que o elenco teve acesso aos documentos raros e arquivos pessoais, conhecido como “baú do Raul” - criado pelo próprio cantor, onde guardava manuscritos musicais, assim como o primeiro chiclete     que mascou - que ajudaram a equipe a construir uma narrativa mais próxima da realidade, mesmo nos momentos de liberdade criativa.

Ao longo de dois a três meses de preparação, o ator buscou compreender as várias fases do personagem. “Raul era multifacetado. Começamos com um cara jovem e terminamos com alguém degradado. Mostrar essa transição foi desafiador”, contou. 

Ravel também destaca o contato com a filha do cantor, Vivi Seixas, que trouxe detalhes sobre a vida íntima do pai. “Foi importante para entender a essência dele. A série mostra o quanto Raul era uma metamorfose ambulante. A gente torce para que as novas gerações conheçam e sintam isso”, afirmou. 

Encontro dentro e fora das telas

João Pedro Zappa dá vida ao parceiro musical e um dos grandes amigos de Raul, mas, também é melhor amigo de Ravel na vida real. “Foi um presente inestimável. Sou fã do Raul desde adolescente, e poder contar essa história ao lado do meu melhor amigo foi algo especial”, disse o intérprete de Paulo Coelho.

Julio Andrade, irmão de Ravel, faz uma participação especial como o pai de Raul. “Foi muito bonito ver o Ravel em cena. Eu vi os dois primeiros episódios e estou curioso para assistir tudo. É emocionante fazer parte disso ao lado do meu irmão”, disse o ator.

Raul para além do artista

A série também dedica atenção às relações afetivas de Raul Seixas. Amanda Grimaldi interpreta Edith, a primeira esposa do cantor, e relata que conhecia apenas a figura pública. “Foi um mergulho na intensidade dele como pessoa. Ele vivia as relações de forma muito apaixonada e transformava isso em arte”, disse.

Chandelly Braz, que vive Kika Seixas, quarta esposa do artista, destaca as fragilidades reveladas durante a produção. “Entrei em contato com um Raul doce, frágil. As cartas, os detalhes da vida íntima, tudo isso me fez compreender ainda mais a genialidade dele. Raul tinha uma maneira única de fazer rock no Brasil”, afirmou.

A atriz Cyria Coentro, que interpreta a mãe do cantor, reforça o lado humano da biografia. “A série mostra a infância dele, a relação com os pais, o respeito que ele tinha pela mãe e pelo pai, o que muita gente nem imagina quando pensa no Raul provocador dos palcos”, acrescenta. 

Liberdade como herança

Para Paulo Morelli, o maior legado de Raul Seixas é a liberdade. “Ele era irreverente, provocador. Está em cada canção nos convidando a encontrar o nosso próprio caminho. A série tenta honrar isso”, afirmou. 

A produção também se destacou pela dedicação musical. “Raul cuidava muito da estética do som. A gente se sentiu na obrigação de entregar algo musicalmente impecável”, comenta Pedro. A equipe se baseou em métodos apurados e referências internacionais para chegar ao resultado final.

Antes mesmo da estreia, a série já conquistou reconhecimento internacional: foi selecionada para a competição oficial do prestigiado Festival Series Mania, na França, sendo a primeira produção brasileira a integrar essa mostra.