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Rainha das Matas realiza edição especial de COP 30 no navio do Greenpeace em Belém; entenda

Evento ocorrerá nesta segunda (17), a partir do Portão 2 da UFPA, com uma programação com glamour e mensagens para o cuidado com o meio ambiente

Eduardo Rocha

O projeto Rainha das Matas, surgido como um concurso de fantasia bem-humorado e cheio de estilo, em Soure, cidade no Arquipélago do Marajó, no norte do Estado do Pará, em 2021, funciona como um festival que promove arte, moda, ativismo ambiental e a causa LGBTQIAPN+. Por isso, não poderia ficar de fora das ações de conscientização sobre cuidados com o meio ambiente durante a COP 30, em Belém. A partir das 19h às 21h desta segunda-feira (17), promoverá um desfile no Cais do Navio do Greenpeace (Rainbow Warrior), na Universidade Federal do Pará, Portão 2.

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Essa ação faz parte da Resenha Climática a convite da Jovem Campeã Climática da Presidência da COP 30, Marcele Oliveira, a fim de celebrar o poder da cultura e da juventude, na campanha global We Make Tomorrow. Outra atração da noite será uma Batalha de hip hop com jovens locais e DJ set de @sofaltouobabidi. O acesso é gratuito, com retirada de ingressos em https://luma.com/sr7mny05 .

Os figurinos são criações coletivas e autorais das próprias participantes, com apoio de artesãos e estilistas locais que integram a equipe do projeto. A concepção estética nasce das vivências e identidades de cada Rainha, utilizando técnicas de manejo sustentável e artesanato tradicional amazônico, transformando elementos da floresta em expressões de arte e resistência. 

“Nós crescemos acompanhando as Rainhas das Rainhas (concurso de beleza e talento promovido pelo Grupo Liberal) e encantados com toda a fantasia ao redor daquelas mulheres majestosas que competiam todos os anos. Quando o Rainha das Matas surgiu, ele veio a partir de uma brincadeira de um grupo LGBT que se reunia para brincar e criar figurinos semelhantes, porém com material totalmente orgânico e colhido das florestas ao nosso redor”,  relembra Agata Felina, fundadora da Rainha das Matas.

Logo na primeira edição, totalmente improvisada, foi um boom, como diz Agata. O evento mobilizou as pessoas para conferir as atrações  e aqueceu o comércio local.  A indústria da moda costuma ser apontada como uma das mais poluentes do mundo, mas “nós acreditamos, sim, no poder transformador desse concurso e na visibilidade que ele traz tanto para os nossos artesãos locais quanto para as possibilidades de substituição de tecidos e outros materiais sintéticos por produtos mais sustentáveis, de maior durabilidade e menos impacto no processo de aquecimento global que estamos passando”.

O desfile no navio do Greenpeace surgiu quando a  People's Palace Projects (PPP do Brasil)  procurou a coordenação da Rainha das Matas para participar do projeto “Arte Pelo Clima”, em parceria com Julie's Bicycle e financiado pelo edital do Ano da Cultura Reino Unido/Brasil 2025-26 do British Council. Ao invés de promover a ação em Soure, a Rainha das Matas decidiu realizar ações performáticas nas ruas e pontos estratégicos da Capital da Amazônia durante a COP30. 

Natural

A intenção “é chamar atenção e dar visibilidade à comunidade LGBTQIAPN+ local e às questões socioambientais que hoje atingem diretamente o dia a dia da população ribeirinha amazônica”, como destaca Ágata.

Desse modo, foram programadas cinco ações em Belém, entre 14 e 17 deste mês. Na sexta-feira (14), foi realizada uma ocupação do Museu de Arte de Belém (MABE), com ateliês abertos de preparação para  Marcha dos Povos, oficinas de roupas e objetos orgânicos a cargo da Rainha das Matas e o Instituto Mundos com ateliê infanto-juvenil, além de Evna Moura com oficina de tintas orgânicas, Mídia Ninja com oficina de lambes e uma jam session com Casa das Madres, Casa de Manivas e Haus of Carão.

Ainda na noite da sexta, no MABE, foi organizado o Baile Extravaganza da Rainha das Matas,  com projeções de ativistas, performances sonoras e a DJ Tiana do radio-coletivo discoderiva. Já para o sábado (15), a Rainha das Matas agendou-se para a Marcha dos Povos Pelo Clima, organizada pela Cúpula dos Povos da COP 30.

Nesta segunda-feira (17), das 11h às 12h30, na Casa Dourada, no Espaço Roda dos Sussurros Fortes, na rua. Dr. Malcher, 15, na Cidade Velha, Belém, ocorrerá o lançamento do tema do Concurso de 2026da Rainha das Matas: "Saberes das Populações Ribeirinhas". 

“Eu, Agata Felina, fundadora do Rainha das Matas, e Samyra Viana, atual Rainha das Matas 2025, participaremos de uma mesa mediada por Raul de Lima, cineasta e diretor do documentário ‘Rainha’, eleito melhor curta pelo júri popular do Festival de Cinema de Brasília 2025. Além do bate papo, teremos ainda manequins expostos com alguns looks criados pelas Rainhas, exibição de vídeos, fotos e das bandeiras produzidas especialmente para a COP 30”, destaca Agata. 

Essa atividade convida o público a conhecer as muitas rainhas que defendem o território com arte, moda e ativismo, reafirmando que a Amazônia é também um corpo político em transformação, como diz a fundadora das Rainhas.