Morre DJ Morcegão, um dos pioneiros da cultura hip hop paraense

Gilmar Rodrigues, o DJ Morcegão, reconhecido como uma das maiores referências de talento, resistência e paixão pela cultura paraense, morreu na manhã desta segunda-feira (28), em Belém. Sua trajetória foi marcada pela valorização da música e da identidade regional, além de ser um agente ativo em pautas sociais que fortalecem a arte e a música das periferias de Belém e da região metropolitana. O velório ocorreu na tarde desta segunda (28) e o sepultamento será nesta terça (29), em Marituba.

Internado há alguns meses para a realização de um tratamento médico, o DJ Morcegão foi homenageado por diversas páginas nas redes sociais. A página do espaço cultural "Vila Container" escreveu “Sua batalha pela vida foi admirável, assim como sua paixão pela música. Seu talento permanecerá vivo nas memórias de todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo. Nos solidarizamos com familiares, amigos e parceiros neste momento de dor e despedida. Que tua arte e tua história sigam inspirando, Morcegão. Só temos a te agradecer pela parceria sempre. Nossas pistas nunca mais serão as mesmas sem você”.

Já a página do festival “Soul Power Fest” destacou a participação do artista em sua primeira edição e a sua importância no fortalecimento da cultura local. “Tivemos o privilégio de contar com sua presença na primeira edição do nosso evento, o SOUL POWER FEST. Sua confiança e acreditar na importância de fortalecer a cultura local, dentro do município de Marituba, foram essenciais. A perda de um artista tão dedicado e de uma figura tão emblemática representa não só a ausência de um talento, mas também nos lembra da urgência de uma saúde de qualidade para todos, pois a cultura, a resistência e a vida devem caminhar lado a lado”, escreveu a página. 

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Em entrevista ao Grupo Liberal, o artista Pelé do Manifesto contou um pouco da história de Gilmar e como ele era no dia a dia. “O Morcegão é um ícone da história do movimento hip hop de Belém. Ele fez parte do primeiro grupo de hip hop de Belém, que foi o MVGC e era um cara que adorava todo mundo, que acolhia os jovens. Além de ser um DJ que tava sempre em cena, se atualizando e há mais de 30 anos tocando na noite. Quem conheceu o Morcego sabe que ele era um cara muito divertido, apesar de parecer ser muito sério. Mas com os mais chegados ele era uma pessoa muito alegre e nós vamos sentir muita falta dele. O hip hop no Pará, sem o Morcegão, não seria nem metade do que ele é hoje”, finalizou o artista. 

(*Gustavo Vilhena, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Bruna Dias, repórter do núcleo de Cultura)