Espetáculo ‘Três Mulheres Altas’ chega a Belém com Deborah Evelyn, Suely Franco e Fernanda Nobre
Peça retrata três gerações de mulheres que dialogam com temas como memória, envelhecimento e identidade
Depois de emocionar o público em Boa Vista, em Roraima, o espetáculo “Três Mulheres Altas", de Edward Albee, chega à capital paraense para duas apresentações no Teatro Margarida Schivasappa, localizado no Centur, no bairro da Batista Campos, em Belém. A montagem brasileira da consagrada obra será encenada neste sábado (26), às 20h, e domingo (26), às 18h. Os ingressos estão disponíveis para compra no site Sympla. A capital paraense é mais uma parada da turnê que está percorrendo diversas cidades do Norte do país com o trio de atrizes Suely Franco, Deborah Evelyn e Fernanda Nobre sob direção de Fernando Philbert.
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Na peça, três gerações de mulheres são apresentadas por meio das personagens A, B e C. A personagem A, vivida por Suely Franco, é uma mulher de mais de 90 anos que mistura lembranças e fatos do presente. B, interpretada por Deborah Evelyn, é uma espécie de cuidadora que transita entre os dois mundos - juventude e velhice -, enquanto C, papel de Fernanda Nobre, é uma advogada contratada para gerenciar os bens da idosa.
O texto, premiado com o Pulitzer em 1994, traz elementos autobiográficos de Albee, inspirado em sua própria mãe para construir a protagonista. Segundo a produção, a peça fala de maneira crítica e, ao mesmo tempo, bem-humorada sobre os assuntos retratados, fazendo com que ‘as pessoas riam, mas também saem emocionadas’.
RECEPTIVIDADE
Em cartaz há três anos, a montagem tem recebido resposta positiva de públicos diversos. Deborah Evelyn ressalta que, apesar de protagonizada por três mulheres, a peça se comunica com pessoas de todas as idades.
“Tem sido delicioso viajar com ‘Três Mulheres Altas’, porque é uma peça que atinge muitas pessoas. A maioria se emociona, de todas as maneiras, todos riem, choram, enfim, se identificam. É uma peça incrível e eu gosto muito de viajar com o teatro, porque faz com que a gente entre em contato com os diferentes públicos”, afirmou a atriz em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal.
Déborah revelou ainda que está entusiasmada com a apresentação em Belém. Ela disse que sempre teve o desejo de levar uma peça à capital paraense e está feliz por finalmente realizar esse plano. “Eu acho que o público de Belém é muito receptivo. Estou muito, muito feliz de ir para aí e espero todo mundo, no sábado e no domingo, para que a gente possa trocar durante uma hora e meia”, destacou.
REFLEXÕES
A atriz também falou sobre sua trajetória profissional e reforçou sua dedicação à atuação em teatro, cinema e televisão. Com mais de três décadas de carreira, Deborah destacou a entrega pessoal como elemento essencial de seu trabalho. Ela ficou popularmente conhecida por seu retrato de mulheres emocionalmente instáveis, amargas e ambiciosas nas novelas.
"Caras e Bocas", "Celebridades", "A Gata Comeu", "Insensato Coração", "A Regra do Jogo", "A Dona do Pedaço", "Fera Ferida", "Sangue Bom" e "UM Anjo Caiu do Céu" são algumas das novidades da TV Globo que a artista tem em seu currículo. A última que ela protagonizou foi "Verdades Secretas 2" dando vida à Elizabeth Ewbank, a Betty.
Em entrevista, Déborah, afirmou, aos 61 ans, estar em um momento de transição pessoal e profissional, vivendo entre o passado e o futuro, tanto na vida quanto na personagem que interpreta no palco.
Para a atriz, esse lugar é privilegiado, pois permite observar a trajetória construída até aqui e refletir sobre os próximos passos. Ela disse que essa consciência a estimula a agir no presente de forma mais intencional. “O que a gente faz agora vai determinando os nossos presentes futuros”, explicou, destacando que tem buscado se preparar para viver a velhice de maneira produtiva e autônoma.
A preparação, segundo Débora, para viver a sua personagem em cena envolve cuidados com o corpo e com a mente. Ela contou que se dedica a exercícios físicos, alimentação equilibrada e também a atividades que alimentam sua alma, como leitura, viagens, teatro, cinema e encontros com amigos.
A atriz observou que essa consciência do tempo se tornou mais clara com a idade, diferente da percepção que se tem aos 25 ou 30 anos. “Você acha que está muito longe, e no entanto, não está não. Passa muito rápido”, disse, acrescentando que se surpreende ao perceber a fase da vida em que está.
Sobre sua personagem, a “B”, Débora descreveu que ela não tenta controlar o caos, mas sim fazer uma ponte entre a juventude representada por uma das mulheres da peça e a velhice retratada por outra. A artista destacou que sua personagem compreende ambas as fases e suas críticas recíprocas, agindo com empatia.
Ela afirmou que a fala mais marcante da personagem é a que considera o presente como o melhor momento da vida. “Se a felicidade está sempre no futuro, a gente nunca vai estar feliz, porque ela nunca está no presente”, refletiu.
A peça é apresentada pelo Ministério da Cultura e Bradesco Seguros, com patrocínio da Vivo e Vivo Cultura, através da Lei Rouanet - Incentivo a Projetos Culturais.
SERVIÇO:
Espetáculo ‘Três Mulheres Altas’
- Datas: 26 e 27 de julho;
- Horários: Sábado às 20h | Domingo às 18h;
- Local: Teatro Margarida Schivasappa – Belém/PA.
- Vendas no Sympla.
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