Diretora de 'Manas', Marianna Brennand, é premiada em Cannes ao lado de Nicole Kidman
Premiação Women In Motion reconhece jovens talentos do cinema mundial
A cineasta Marianna Brennand conquistou, no último domingo (18), um marco histórico para o cinema brasileiro ao vencer o Women In Motion Emerging Talent Award 2025, concedido durante o Festival de Cannes. A premiação, que destaca talentos promissores da sétima arte mundial, reconheceu o impacto de "Manas", longa de estreia da diretora, ambientado na Ilha do Marajó, no Pará.
A cerimônia foi realizada durante o tradicional jantar do programa na Riviera Francesa e celebrou os 10 anos da iniciativa promovida pelo grupo Kering em parceria com o festival.
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Indicada pela cineasta malaia Amanda Nell Eu, vencedora da edição anterior, Marianna foi reconhecida por seu compromisso com narrativas femininas potentes e por dar visibilidade a histórias enraizadas em contextos sociais brasileiros. Na mesma noite, a atriz australiana Nicole Kidman também foi homenageada pelo conjunto de sua carreira.
"Ser a primeira brasileira a receber o Women in Motion Emerging Talent Award é uma conquista que carrega força coletiva. Traz visibilidade não só pra mim, mas pra todas as mulheres incríveis que constroem o cinema ao meu lado — colegas, parceiras, amigas de jornada. Receber esse prêmio ao lado de Nicole Kidman, que tem um compromisso público com a representatividade feminina e se propôs a trabalhar com uma diretora mulher por ano, torna tudo ainda mais simbólico. Esse reconhecimento fortalece meu compromisso com um cinema de impacto, e me enche de fôlego pra seguir criando com coragem, afeto e propósito", disse Marianna.
Lançado em 2024, Manas recebeu o prêmio máximo da Jornada dos Autores, mostra paralela do Festival de Veneza, e já acumula mais de 20 prêmios em festivais internacionais, incluindo o Prêmio de Novo Talento Internacional do Festival de Cinema Mannheim-Heidelberg, na Alemanha.
A trama acompanha Marcielle (Jamilli Correa), uma jovem de 13 anos que vive em uma comunidade ribeirinha na Ilha do Marajó. Ao se deparar com a violência que atinge as mulheres de sua comunidade, ela decide romper com o ciclo de opressão. Com o apoio da delegada Aretha (Dira Paes), personagem inspirada na ativista irmã Henriqueta, Marcielle enfrenta um sistema marcado por abusos e silenciamentos.