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Belém do futuro é tema de instalação interativa que marca reabertura do Fórum Landi hoje (9)

Com entrada gratuita, mostra estará aberta até 5 de dezembro, de segunda a domingo, na Praça do Carmo

Amanda Martins

Neste domingo (9), Belém será palco da abertura da instalaçãoAtlas Imaginário, Belém do Pará”, uma obra que une arte e tecnologia, apresentando futuros climáticos possíveis para a capital paraense daqui a um século. O evento acontecerá a partir das 19h. A exposição interativa é uma das que está inaugurando oficialmente a reabertura do Fórum Landi, na Praça do Carmo, após a conclusão da primeira etapa de reabilitação do edifício histórico. A visitação será gratuita, de segunda a sábado, das 9h às 18h, e aos domingos, das 9h às 13h, até o dia 5 de dezembro.

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Idealizada pela arquiteta e artista multimídia Gabriela Bilá, a instalação é contemplada pelo programa 'Rumos Itaú Cultural 2024-2025' e propõe uma reflexão sobre os impactos da crise climática e o modo como as cidades podem se transformar nos próximos cem anos. O projeto mistura urbanismo, cinema e mídias digitais, convidando o visitante a percorrer uma Belém imaginada, onde cidade e natureza formam um único organismo. O projeto também tem direção de Diogo Costa Pinto.

Segundo a artista, a proposta surgiu de uma inquietação sobre o modelo de urbanização usado no mundo, muitas vezes distante das realidades locais. Gabriela explicou que o trabalho parte de uma pergunta: “Será que a crise climática pode nos dar espaço para reinventar a forma como habitamos o planeta e pensar cidades que coexistam com a natureza, em vez de separá-la?”. 

Montagem 

A instalação é dividida em três partes - interativa, contemplativa e documental - e convida o público a explorar uma Belém futurista com elementos típicos da Amazônia. Entre os destaques está a personagem da barqueira, que conduz um percurso digital em 3D por cidades-cardume, florestas biossintéticas e mercados de seca e chuva. A navegação é controlada por uma grande cabeça de cestaria suspensa, inspirada na geometria das cerâmicas marajoaras, que funciona como um leme, alterando a direção das imagens projetadas.

Também integra a exposição uma escultura de miriti em forma de peixe-cidade, suspensa no espaço expositivo, simbolizando uma Belém transformada em ilhas devido à elevação do nível do mar. Um painel gráfico com ilustrações e textos curtos complementa a experiência, explicando o processo criativo e as reflexões que deram origem ao projeto.

Para desenvolver a obra, Gabriela contou com a colaboração de artistas e profissionais paraenses, como Íris da Selva (performance), Labö Young (figurino), Marcelo Vaz (esculturas de miriti), Leo Chermont (trilha sonora), Victoria Machado (criação aromática), Luan Rodrigues (filmagens) e Jean Petra (modelagem 3D). 

Segundo ela, o encontro com os artistas locais foi uma das partes mais enriquecedoras do processo.  “Aprendi muito com essa troca. Cada um trouxe sua linguagem e sua sensibilidade para construir essa Belém imaginada”, afirmou Gabriela.

O projeto também integra a mostra Futuros Urbanos Ancestrais”, realizada em parceria com a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (UFPA) e o Museu Paraense Emílio Goeldi, que propõe uma reflexão sobre diferentes formas de habitar a Amazônia, do passado ao futuro.

Para Gabriela, o ‘Atlas Imaginário’ dialoga diretamente com os debates da COP 30, que inicia no dia seguinte, dia 10 de novembro, em Belém. A artista explica que o trabalho se inspira em pesquisas sobre o aumento do nível do mar e as transformações ambientais na região amazônica.

“Partimos de um cenário real de crise climática para imaginar novas formas de viver. É um exercício de pensar o amanhã para repensar o hoje”, destacou.

Programações

A abertura neste domingo contará com uma programação especial na Praça do Carmo, a partir das  18h, com uma aula pública do historiador Michel Pinho sobre Belém. Às 19h30, ocorre a reabertura oficial do prédio, com inauguração de projetos expositivos desenvolvidos.  A noite de abertura termina com show de Iris da Selva e discotecagem de Léo Chermont, na praça.

Entre 10 e 21 de novembro, o auditório do Fórum recebe mesas, painéis e sessões de cinema com temas como adaptação climática, urbanismo amazônico e legado da conferência climática. 

Exposições inéditas

A programação no Fórum Landi reúne mostras que exploram diferentes olhares sobre a Amazônia, suas histórias e futuros possíveis. Entre os destaques está o conjunto de projetos “Futuros Urbanos Ancestrais”, idealizado por Roberta Menezes Rodrigues, que propõe um diálogo entre passado, presente e futuro da região.

A mostra apresenta uma maquete tridimensional do Centro Histórico de Belém, com 35 m² e escala 1:250 mil, desenvolvida pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA (FAU-UFPA), além de uma urna marajoara do acervo do Museu Paraense Emílio Goeldi, símbolo da ancestralidade amazônica. Em diálogo com essas obras, a instalação “Atlas Imaginário, Belém do Pará”, de Gabriela Bilá (MIT Media Lab), imagina uma cidade em que natureza e urbanismo se fundem em um mesmo organismo, propondo uma reflexão sobre os futuros possíveis da capital paraense.

Responsável pelo projeto de reforma do Fórum Landi, Roberta Rodrigues explicou que a requalificação marca a conclusão da primeira etapa das obras de modernização do edifício, considerado um dos patrimônios históricos mais simbólicos de Belém. Segundo ela, o processo garante novas condições para que o espaço volte a receber atividades culturais, acadêmicas e comunitárias. “A gente está celebrando a abertura da primeira etapa da reforma de um edifício histórico e simbólico no centro de Belém que agora ganha novas condições para receber diferentes atividades. Esse processo de modernização permite consolidar o trabalho que realizamos há 22 anos, porque o Fórum não é apenas um espaço da universidade; é um lugar de articulação entre a sociedade civil, o poder público, moradores e organizações sociais”, afirmou a arquiteta.

Também integra a programação a exposição “O Caminho da Energia”, uma experiência imersiva e sensorial que aborda a trajetória da energia — do trabalho humano à sustentabilidade global —, destacando o papel do setor energético na transição para modelos mais sustentáveis.

Cinema

A programação audiovisual será composta pelo Cine Transpetro, que ocorre de 10 a 21 de novembro, sempre às 15h, com entrada gratuita. Serão exibidos curtas-metragens brasileiros que abordam diferentes perspectivas sociais e ambientais, entre eles ‘Ela Mora Logo Ali’ (2021), ‘Vellozia’ (2022), ‘Trago em Mim Todos os Sonhos do Mundo’ (2021), ‘Movimentos Migratórios’ (2020), ‘Menina Espoleta e os Super-Heróis Secretos’ (2021), ‘Lagrimar’ (2019) e ‘Bolha’ (2022).

SERVIÇO:

Instalação interativa ‘Atlas Imaginário, Belém do Pará’

  • Estreia: dia 9 de novembro (domingo);
  • Horário: 19h às 22h; 
  • Em cartaz até 5 de dezembro;
  • Entrada gratuita.