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A performance audiovisual de Pavuna Kid

A abertura da edição de 40 anos do Arte Pará e será dia 22 de setembro

Bruna Lima

O time dos artistas selecionados na Mostra Nacional do Arte Pará 2022 fecha com Pavuna kid, persona de Theuse Luz, artista visual carioca não binária que realiza trabalhos diversos, mas atualmente vem se dedicando na união entre performance e audiovisual como forma de questionar gênero e cidade.

Lembrando que no dia 22 de setembro ocorrerá a abertura da edição de 40 anos do Arte Pará e será anunciada a lista dos premiados. As obras ficarão disponíveis no Museu de Arte Sacra e na Casa das Onze Janelas, no bairro da Cidade Velha, em Belém.

O Projeto Arte Pará 2022 é apresentado pelo Instituto Cultural Vale, com patrocínio do Centro Universitário Fibra e do grupo Equatorial Energia e com apoio institucional do grupo O Liberal e dos Institutos Inclusartiz e Pivô Arte e Pesquisa. O Arte Pará é uma realização da Fundação Romulo Maiorana.

Pavuna Kid, Rio de Janeiro, 1996

Theuse diz que o interesse pela arte brotou desde muito cedo. Lembra quando criança desenhando e organizando suas “obras” numa exposição pela sala da própria casa.

“Quando era pré-adolescente comecei a fazer aulas de dança num clube próximo de casa. Percebo esse período como muito importante para a construção da minha identidade enquanto uma pessoa preta LGBTQIA+. Entender o Hip-Hop e o Voguing como criações afrodiaspóricas que têm em comum o senso de comunidade e coletividade como carro-chefe das suas interações são para mim como um presente ancestral”, comenta.

Em uma fase da vida, foi corpo discente de espaços que ofereciam formações nas áreas criativas para jovens de regiões periféricas do Rio de Janeiro, no qual pôde aprender na prática sobre direção de arte, fotografia, roteiro, iluminação e produção cultural.

“Naquela época, entre beijos, risos, rimas e discussões na mesa de bar, nasceu Pavuna Kid. Mas antes foi Pavuna Boy por causa do bairro que cresci e meu user no Instagram. Eu era bem tímida e ficava com vergonha de mostrar o que estava criando. Pavuna surgiu como um alter ego para me desinibir. Até que o ‘boy’ começou a incomodar porque além de ser um termo que usávamos para falar dos playboys, notei que não performava a masculinidade que esperavam de mim e a feminilidade não me contemplava totalmente. Não queria ser homem ou mulher. Queria poder existir sem que meus trejeitos fossem limitados a uma peça de roupa íntima que ninguém está vendo”, pontua Theuse.

Obra em destaque

O trabalho é um videoarte chamada "QUEM TEM CORAGEM?" feito em 2020 e foi a primeira vez que experimentou atuar na direção geral no audiovisual.

“Trabalhei pensando a performance e os acercas dela de forma muito natural e intuitiva. Montar o storyboard, decidir como seria o figurino, pensar a fotografia... A performance foi registrada em uma das passarelas abandonadas no entorno do Piscinão de Ramos, na avenida Brasil, Rio de Janeiro. Tive apoio de Rafael Simba, Udney Matheus e Lua Félix, irmãos de famílias e momentos diferentes da vida, que guardo no coração, e Exú, que abriu caminhos para que tudo fosse possível. Tenho grande carinho por esse trabalho por ser um rito de passagem e marcador de novo ciclo. A obra nasceu de incômodos gerais que sentia e durante o período de isolamento social, quando me senti muito deprimida e ociosa. Precisava exportar tudo aquilo e superar para ser uma nova pessoa.”

Arte Pará

“Fico feliz de ter meu trabalho selecionado para uma mostra como o Arte Pará, que é uma vitrine da produção nacional, ainda mais uma obra que para mim tem uma carga emocional grande. Depois que a gente faz, deixa de ser nosso e toma uma forma e uma interpretação diferente da imaginada. Espero que ela toque quem a assistir da mesma forma que ela me tocou e ainda toca”.

Arte contemporânea

“Percebo a arte contemporânea como um espaço aquém do mundo que a gente vive. Falo isso de forma positiva e negativa. Felizmente, cada vez mais vemos pessoas construindo um novo lugar para a produção de arte com a cara do Brasil. Um número crescente de artistas pretes e originaries ganhando espaço em mostras e galerias, mas ainda é pouco comparado com o que poderia ser, pelo ano que estamos. Mas seguimos”.

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