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COP 30: Criadores de conteúdo paraenses se preparam para evento em Belém

Com o anúncio de que a capital paraense sediará a COP 30, em 2025, os olhares do mundo se voltaram para a região

O Liberal
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Com a escolha de Belém para sediar a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP 30), o mundo, que já vinha pautando a Amazônia há alguns anos, voltou-se completamente para a região. Em 2022, a COP 27 abriu candidatura para que criadores de conteúdo da América Latina, Sudeste Asiático e África pudessem se inscrever para a cobertura da conferência nas redes sociais, ressaltando a relevância de criadores do sul global na construção desta comunicação. Agora, influenciadores da Amazônia, se prepararam para essa cobertura, assim como toda a sociedade interessada na agenda climática já vem se organizando para receber a conferência.

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A criadora de conteúdo, Norma Leite, 28 anos, do perfil @normalmenteviajando, é um exemplo. Ela tem viajado pelo interior do Pará, criando conteúdo sobre balneários, passeios e turismo na região, que ajudam pessoas de Belém e de todo o Brasil a conhecerem e viajarem para uma Amazônia que vai muito além dos estereótipos.

“Eu agarrei a oportunidade de ser criadora de conteúdo porque vi que gostava de ser útil, de ajudar as pessoas com dicas sobre passeios no Pará, e percebi que poderia desmistificar a ideia de que só viaja quem tem dinheiro e de que o Norte não é pra turismo”, conta a criadora. 

Outra criadora de conteúdo que também tem se destacado nas redes sociais, é a historiadora Tiane Melo, de 30 anos. A influenciadora começou no universo do Instagram com o desenvolvimento do perfil @mangapoetica, uma marca de produtos paraenses, e agora tem se tornado referência para falar sobre o empreendedorismo regional, Amazônia e estilo de vida.

“A Amazônia é uma potência e vejo que os olhos estão cada vez mais voltados para ela. Eu poderia problematizar isso, mas, prefiro ver os pontos positivos e me colocar como sujeito que pode contribuir positivamente para a ampliação e geração de coisas boas na Amazônia”, afirma Tiane.

Desafio de criar conteúdo no Norte

As influenciadoras veem muitas oportunidades com a realização da COP 30, em Belém, mas se questionam, a todo momento, como será a postura das grandes marcas na construção da narrativa da comunicação amazônica. Isso porque, existe um grande movimento de propagandas pagas que priorizam muito mais criadores do Centro-sul, em detrimento dos criadores do Norte do país. 

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Segundo a pesquisa Creators e Negócios feita pelo Youpix em parceria com a Brunch, em 2022, isso pode ser um reflexo do fato de que o mercado de influência acontece majoritariamente no sudeste do Brasil. O levantamento mostra que 61,5% dos criadores estão na região Sudeste, 16,2% no Nordeste, 14,6% estão na região Sul e 4,8% no Centro-oeste. O Norte ainda é sub-representado na Creator Economy, com 1,3%, embora corresponda a 8% da população brasileira.

A própria pesquisa instiga ainda uma busca por soluções para esse movimento do mercado, que acaba por invisibilizar criadores do Norte, quando sugere que “podemos e precisamos levantar aqui uma reflexão coletiva que aponte formas de incluir regiões tão diversas na Creator Economy, tanto na profissionalização dos criadores quanto dos mercados locais.” 

A influenciadora Tiane Melo sente na pele essa questão. “Acredito que o fato de ser nortista traz um estereótipo para as marcas que acabam nos restringindo neste mercado, mas também me questiono se os meus conteúdos ainda não estão tão atraentes para as marcas nacionais ou globais”, desabafa.

Não distante deste mesmo sentimento, Norma também fala sobre o assunto. “Vejo muitos perfis que entregam menos conteúdo do que o meu, crescendo desproporcionalmente Brasil afora. Em contrapartida, percebo que o meu engajamento é infinitamente melhor quando o conteúdo é regional, já que mais de 60% dos meus seguidores são paraenses”, pontua.

Soluções trazidas pela pesquisa do Youpix e Brunch que podem auxiliar na inclusão destes criadores de conteúdo Amazônico estão ligadas a "valores mais justos, criadores com mais visibilidade, ecossistemas mais fortalecidos e valorização das culturas regionais”. Portanto, a movimentação das marcas, a partir do anúncio da COP 30 em Belém, passa a ser ainda mais estratégica. Qualquer passo em falso, pode ser o motivo de uma grande crise de comunicação, acreditam as criadoras.

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