Setor hoteleiro diz que Belém precisa de mais de 34 mil leitos até a COP 30

São esperados cerca de 60 mil participantes para o evento e a capital tem espaço para atender apenas 42% deles

Camila Azevedo
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A cidade de Belém, escolhida para sediar a COP 30 em 2025, precisa de cerca de 34.633 leitos a mais em hotéis para atender a demanda esperada de 60 mil participantes no maior evento mundial sobre o clima. O levantamento foi realizado pela Associação Brasileira de Indústria de Hotéis (ABIH). Atualmente, a capital do Pará tem 25.367 vagas para hospedagem, configurando apenas 42% da capacidade necessária. Para a entidade, a ajuda do poder público será fundamental nesse processo de construção.

Belém foi anunciada como sede da COP na última sexta-feira (26). Essa será a primeira vez que o Brasil receberá uma reunião de grande magnitude para tratar de questões climáticas. Por isso, representantes hoteleiros enxergam na oportunidade uma forma de crescimento econômico e firmamento da capital no turismo tradicional, marítimo e de negócios. Ao todo, a ABIH contabiliza que, entre hotéis, pensões e hostels, são 51 unidades disponíveis para o evento mundial.

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Para Tony Santiago, presidente da ABIH no Pará, a possibilidade de aumentar a disponibilidade de leitos é real, mas precisa da ajuda do poder público e de todas as esferas para ser alcançada. “A hotelaria ainda se recupera da tragédia que foi a covid-19. Temos hotéis fechados e muitos outros operando só com metade de sua capacidade. Temos, também, um alto nível de endividamento pós pandemia. Quase todos os empreendimentos do setor estão precisando passar por investimentos para recompor suas unidades”, diz.

Santiago considera não haver condições de oferecer garantia ao mercado financeiro na busca por investimentos e destaca que a criação de uma linha de crédito seria fundamental para fortalecer o setor na preparação para a COP. “Certamente, mesmo assim, vamos precisar de reforços ao redor de Belém para hospedar participantes. Uma das ideias é que, caso aconteça o desassoreamento do Porto de Belém, seria possível trazer para o evento grandes transatlânticos para servir de hotéis”,

“Ganharíamos a opção de hospedagem e teríamos um porto digno para atracar os transatlânticos que nos visitam durante o ano e não tem onde ficar. As obras de infraestrutura terão que ser aceleradas. Só temos dois anos e quatro meses pro evento. Tempo extremamente pequeno. Enfim, todo o foco a partir de agora tem que ser extremamente técnico e com ajuda política para que a COP seja um sucesso. Nós certamente daremos toda contribuição possível que isso seja um marco para Belém”.

Investimentos buscam melhorias estruturais

Melhorias dentro da estrutura do prédio são alguns dos focos que um hotel localizado na avenida Presidente Vargas adotará na preparação para a COP 30. Eymar Pereira, gerente-geral do estabelecimento, afirma que, mesmo com a capacidade boa do prédio em receber visitantes, o número de unidades gerais para abraçar o evento é preocupante. “A gente tem condição, sim, de agregar uma boa parte desse público nas nossa dependências, mas entre este ano e o ano que vai acontecer a COP”, ressalta.

“Estamos buscando fazer grandes investimentos dentro do nosso prédio para reestruturar, deixar mais apresenta para o público, mesmo já tendo feito algumas, precisamos de outras: como pintar o prédio, fazer pequenas pinturas internamente… Ficamos, basicamente, três anos sem poder fazer revitalizações, então, estamos fazendo agora e já estamos bem adiantados, por conta também das nossa projeções de mercado. Entretanto, como surgiu a COP, vamos acelerar isso para que, antes de 2025, a gente tenha uma estrutura melhorada”.

Ao todo, o hotel tem 361 apartamentos, com capacidade máxima de 762 hóspedes. Eymar conta que a expectativa para o evento é grande e já deixou todos ansiosos. “Estamos bastante empolgados e a pretensão de abraçar o evento é bem positiva, bem grande. Estamos cientes que é um evento que vai trazer um volume muito grande de pessoas para a cidade e temos a preocupação com outros hoteleiros, de estarem na mesma pegada que a gente, de buscar reformas e manutenções”, frisa.

Uma reunião inicial com os investimentos do empreendimento foi realizada, porém, outras estão previstas para definir a quantidade de recursos que serão injetados no projeto de revitalização dos espaços do hotel. Entretanto, Eymar estima que esse valor “seja de R$ 500 mil para cima”.

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