Veja a diferença entre zona azul e zona verde durante a COP 30
Parque da Cidade será o palco das principais discussões sobre o futuro climático
Belém entra para a história sendo a primeira cidade da Amazônia a sediar o maior evento climático do planeta: a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). O evento começa na capital paraense e deve reunir, nos próximos dias, mais de 60 mil visitantes. Durante esse período, o Parque da Cidade será o palco das principais discussões sobre o futuro climático, reunindo chefes de estado e de governo, além da sociedade civil. Para organizar, foram divididos em dois espaços: A Zona Azul (blue zone) e a Zona Verde (green zone).
A Zona Azul é o espaço oficial de negociações da Organização das Nações Unidas (ONU), onde se reúnem chefes de Estado, delegações governamentais, negociadores, organizações internacionais e a imprensa credenciada. É nesse ambiente que são discutidos e firmados os acordos e compromissos multilaterais sobre o clima, com acesso restrito a participantes registrados pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).
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Já a Zona Verde é o espaço aberto à sociedade civil, funcionando como uma grande vitrine de ideias, experiências e inovações sustentáveis. Nela, governos locais, universidades, empresas, ONGs, povos indígenas, movimentos sociais e empreendedores apresentam projetos, painéis, debates e manifestações culturais que dialogam com a agenda climática. É também o principal ponto de encontro entre a população e os temas discutidos na conferência.
Pedro Castro é paraense e faz parte do Comitê Consultivo Juvenil do Painel Científico para a Amazônia (Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas), para ele a Amazônia está no centro da crise climática e que isso é resultado da forma como a região foi tratada ao longo dos anos. “Por isso, trazer a COP para Belém é uma oportunidade de mostrar ao mundo as nossas contradições: o desmatamento, a expansão urbana desordenada, a mudança no uso da terra, o avanço de economias que destroem a floresta. Enfrentar tudo isso exige compreender também que a Amazônia depende dos nossos conhecimentos tradicionais, das nossas tecnologias ancestrais, elas são fundamentais para conservar a floresta, garantir renda, cultura e alimentação saudável para o nosso povo.”
A solução para a crise climática, segundo Pedro, passa por compreender e investir nos saberes de quem vive na Amazônia. “Temos uma janela de oportunidade para mostrar que as práticas econômicas tradicionais das comunidades amazônicas não são relíquias do passado, mas o alicerce de um futuro sustentável.”