Transição energética justa é chave para futuro sustentável, diz especialista do Pacto Global da ONU
Lula afirmou que o futuro climático depende das decisões sobre energia, reforçando a importância da transição energética justa.
Durante a sessão temática sobre transição energética na Cúpula de Líderes da COP30, realizada nesta quinta-feira (7), em Belém (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que “as decisões sobre o setor energético definirão o sucesso ou o fracasso na batalha contra a mudança do clima”. Para Paloma Pinheiro, coordenadora de Mudança do Clima do Pacto Global da ONU – Rede Brasil, a fala do presidente reforça um tema central nas negociações climáticas: a necessidade de acelerar a transição para uma economia de baixo carbono de forma justa e inclusiva.
“A transição energética é a principal solução para a crise climática, causada pela exploração de fontes não renováveis e pelas emissões de gases de efeito estufa. O foco agora é migrar para energias renováveis, garantindo justiça climática, proteção das florestas e combate às desigualdades”, explica Paloma.
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A especialista destaca que a sessão temática tem um papel estratégico dentro da cúpula, funcionando como um espaço político de alto nível para impulsionar compromissos multilaterais antes do início oficial da COP30.
“Esse momento é uma plataforma pré-conferência de extrema relevância. A participação direta dos chefes de Estado é essencial para dar legitimidade política aos acordos que serão negociados nas próximas semanas. Quanto mais cedo essas discussões forem avançadas, maiores as chances de alcançarmos resoluções robustas e eficazes”, afirma.
Paloma também enfatiza a conexão entre a transição energética e os desafios da Amazônia, que concentra grande parte do potencial brasileiro para energias limpas, mas ainda depende de um modelo energético baseado em grandes hidrelétricas e termelétricas.
“Embora a Amazônia seja um celeiro de energia renovável, o sistema atual ainda gera impactos sociais e ambientais. Investir em soluções descentralizadas e renováveis é fundamental para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, empoderar comunidades locais e garantir energia limpa e acessível para todos”, avalia.
Segundo ela, uma transição energética justa deve estar alinhada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 7 (ODS 7) — que prevê acesso universal à energia limpa e acessível — e deve priorizar o desenvolvimento social e econômico das comunidades mais vulneráveis.
“A transição energética só será bem-sucedida se for também socialmente justa. Precisamos garantir que ninguém fique para trás”, conclui Paloma Pinheiro.
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