Segundo dia da COP 30 tem protestos contra o mercado de carbono
Os protestos ocorreram pacificamente e foram acompanhados por equipes de segurança e observadores internacionais
O segundo dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), realizado nesta terça-feira (11), começou com protestos em frente ao local do evento, em Belém (PA). Manifestantes de mais de 70 países se reuniram para criticar o funcionamento do mercado de carbono, que, segundo eles, representa uma “falsa solução” para a crise climática.
Entre faixas, cartazes e palavras de ordem, os participantes pediram o fim dos mecanismos de compensação de emissões que permitem a compra e venda de créditos de carbono entre países e empresas. Para os grupos presentes, o sistema mascara a continuidade da destruição ambiental e afeta diretamente comunidades que vivem em áreas de preservação.
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Um dos manifestantes, que discursava em inglês, afirmou que o modelo de compensação impede populações locais de recuperar terras degradadas.
“Se conseguirmos alocar aquelas dez mil acres, descobrimos que há um mercado de carbono tributado sobre aquela terra e não temos mais acesso a ela. Não podemos restaurar essa área ao seu estado original para recuperação. Isso é uma farsa, uma continuação do mesmo sistema”, disse o ativista.
A crítica também foi reforçada por Janaina Uemura, integrante da Coalizão Mundial pelas Florestas, que defendeu que o mercado de carbono não enfrenta as causas reais da crise climática.
“O mercado de carbono é uma falsa solução. Ele não ataca as causas das mudanças climáticas, como o avanço do agronegócio e as grandes emissões de carbono. É uma fachada que permite que países e empresas sigam poluindo enquanto dizem estar compensando”, afirmou.
Os protestos ocorreram pacificamente e foram acompanhados por equipes de segurança e observadores internacionais. Grupos ambientalistas afirmam que continuarão com manifestações durante a semana, especialmente durante as discussões sobre os mecanismos de compensação e financiamento climático.
*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia
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