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Freezone abre as portas para aproximar sociedade da pauta climática com arte e cultura

Idealizadores descrevem o espaço como completar as atividades da COP 30. Público acessa gratuitamente a partir desta segunda (10)

Maycon Marte

O espaço Freezone Cultural Action, localizado na Praça da Bandeira, em Belém, abre ao público a partir desta segunda-feira (10), reunindo atrações artísticas, exposições temáticas e palestras. O objetivo principal, segundo os idealizadores, é atrair a sociedade para a pauta climática de uma maneira mais lúdica, existindo como uma extensão do debate realizado na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). As atividades seguem pelo mesmo período da conferência, até o dia 21 de novembro, com entrada gratuita mediante reserva do ingresso, através do aplicativo com o mesmo nome do evento.

Ao todo, são dez domos com palestras e demais exposições no espaço, sendo nove deles dedicados a atividades interativas e outro com uma instalação permanente de sustentabilidade. Os ingressos são exclusivamente para acesso aos domos, conforme as suas exposições e programações. Neste domingo (9), a partir das 18h, o público pode prestigiar atrações musicais no espaço, entre os shows, estão nomes como Pinduca, Warilou, Félix Robatto e Lia Sophia.

A relação da zona com a educação climática através da arte está presente desde a origem, quando a ideia surge de um espetáculo intitulado Crono Ecológico. Na peça, se reflete sobre a relação entre questionar e agir para combater os impactos ambientais. Segundo o presidente do Instituto Cultural Artô e idealizador da Freezone, Giovanni Dias, a meta é “atrair as pessoas para a pauta principal das mudanças climáticas através da arte”.

“A partir de um determinado momento, se nós fizermos uma projeção de futuro para daqui a cem anos, como vai estar o planeta de continuarmos falando e não fazendo. Por tanto, a gente está trazendo através da arte essa reflexão”, diz Giovanni Dias.

Assinando a parceria no projeto, a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) também marcou presença na zona, com um domo inteiro dedicado a contar a trajetória da empresa e os investimentos em uma indústria mais sustentável. A presidente executiva da instituição, Janaina Donas reforça que não é a primeira vez da Abal em uma conferência como essas, estando regularmente nas negociações e nos debates protagonizados na Blue Zone e na Green Zone. Neste ano, decidiram ir além com a estruturação da Freezone, que promete ser o espaço de complementação do debate no Parque da Cidade, onde é realizada a COP 30, com um foco especial no público mais jovem, descrito por ela como “herdeiros das mudanças climáticas”.

Para ela, o Pará desempenha um papel estratégico no setor e na exemplificação das boas práticas da produção de alumínio. Isso porque possuímos um modelo bem-sucedido de verticalização da cadeia, quando todos os processos podem ser efetuados na mesma localidade. O estado oferece desde a matéria-prima com empresas especializadas na mineração, passando por todas as etapas de refinamento, até a dinâmica de comercialização. “Eu diria eu que o Pará talvez seja o melhor exemplo de lugar onde a gente tem isso”, destaca.

Nesse sentido, Janaina destaca que a participação das Abal na COP 30 é principalmente para contribuir nas negociações com os exemplos do país e do estado. Ela reforça que, embora muitos países possuam seus modelos e inovações tecnológicas, o foco dessa troca tem que ser o aperfeiçoamento do método para a nossa realidade.

“Em um contexto de COP, que você tem vários países discutindo quais são as rotas tecnológicas que existem, utilizadas pela cadeia produtiva em diferentes etapas, a gente não quer simplesmente importar modelos. Nós queremos algo condizente com a realidade, operacional, política, social e econômica”, afirma Donas.

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Estrutura especial

O prefeito de Belém, Igor Normando, participou da inauguração do espaço na tarde deste domingo (9), e celebrou a iniciativa pelo propósito de incentiva o debate climático, mas, também, por levar vida a um espaço anteriormente abandonado. O destaque, segundo ele, vai para a parceria entre o Exército, o Instituto Cultural Artô e a Prefeitura de Belém, por meio do programa “Praça Viva”, que revitalizou o espaço. Normando também comemora que após o evento climático, a cidade terá mais esse equipamento para lazer e novos shows e intervenções culturais.

“Esse é um momento muito importante porque a gente está reunindo jovens do Brasil todo, do mundo todo, num lugar que era totalmente abandonado. Essa praça, estava abandonada e através do programa Praça Viva, a Praça da Bandeira não só foi requalificada para esse evento como também, após a COP 30, a gente vai poder requalificá-la por completo, então, aqui vão ter shows, oficinas, entre outros”, explica o chefe do executivo municipal.

O arquiteto e diretor de projetos do Instituto Cultural Artô, Fernando Goulart, explica que a estrutura erguida para a Freezone se preocupou em absorver a tradição da cultura ribeirinha. Isso pode ser percebido nas passarelas e nas casas de madeira, ocupadas com quiosques para compor a área de alimentação. Essa estética se mescla aos domos e sua arquitetura mais futurísticas, traçando um paralelo entre passado, presente e futuro.