Freezone leva programações voltadas à sociedade civil durante a COP 30, em Belém

De 9 a 21 de novembro, o local abrigará fóruns, atividades culturais, intervenções artísticas, apresentações musicais, rodas de conversa e experiências interativas

Gabriel Pires e Dilson Pimentel

Em meio à programação oficial da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), nas áreas da Blue Zone e da Green Zone, Belém também vai receber a “Freezone” - um espaço complementar à conferência, voltado à sociedade civil. O local abrigará fóruns, atividades culturais, intervenções artísticas, apresentações musicais, rodas de conversa e experiências interativas. A Freezone funcionará de 9 a 21 de novembro, na praça da Bandeira, em uma área revitalizada de 10 mil m², que contará com palco para shows, arquibancadas, passarelas em palafitas e domos temáticos dedicados à cultura, à ciência e à sustentabilidade.

A Freezone será um espaço de convivência e de educação climática, pensada em acolher a população local e visitantes, como destaca o idealizador da iniciativa, Giovanni Dias, que é diretor do Instituto Cultural Artô. Enquanto a conferência principal reúne governos e negociadores oficiais, a Freezone oferecerá uma plataforma para a sociedade civil, jovens, povos indígenas, cientistas, artistas e diversas organizações trocarem experiências, apresentarem propostas e discutirem soluções.

“A FreeZone foi criada para fazer uma ponte entre tudo que está acontecendo dentro da COP, com a população de uma forma geral e, principalmente, com o público jovem, que é exatamente o grande herdeiro de toda essa discussão. E, daqui a 20 e 30 anos, eles vão estar aí no mercado de trabalho, nas frentes políticas e nas frentes sociais. Faremos a abertura oficial no dia 9, com uma série de atividades e vai até dia 21 com atividades de debates, painéis, com boa parte dos participantes da BlueZone e da GreenZone estarão aqui debatendo com a população de uma forma geral”, afirma Giovanni.

Diversidade

O evento também contará com programação cultural, incluindo apresentações musicais, teatrais, de dança, literárias e exposições de artes plásticas, todas alinhadas à temática da COP. Serão realizadas exposições e haverá um espaço dedicado à gastronomia, denominado "Zona Sabores", com foco especial nos sabores do Pará, a fim de proporcionar aos visitantes uma experiência culinária enriquecedora. O objetivo primordial é fomentar a diversidade, a inclusão e a cultura. A organização do evento estima um público de 10 mil pessoas circulando por dia durante os dias da programação.

Ao todo, a Freezone contará com dez domos, cada um com proposta e dimensões específicas. “Nós buscamos uma forma que, assim como toda a ação da COP, pensa no desenvolvimento e no futuro do planeta. Por isso, trouxemos as formas geodésicas, que são futuristas, dialogando diretamente com o que é mais ancestral, como as palafitas, as culturas ribeirinhas, indígenas e o povo da floresta. Isso se conecta com o próximo futuro, representado pelas casas geodésicas, incluindo as discussões sobre habitação fora do planeta”, explica Giovanni sobre as estruturas montadas.

“Nós trouxemos algumas alegorias da Grande Rio, que este ano homenageou o Pará e suas lendas, as alegorias dessa homenagem. A ideia é criar uma circularidade no que é produzido: o material do carnaval veio para cá, será utilizado aqui e, depois, será enviado para as escolas de samba de Belém”, acrescenta Giovani, lembrando que o projeto se propõe a ser uma verdadeira zona de diálogo entre diferentes expressões e saberes..

Espaços

Entre os espaços, está a Zona Vozes (490m²) será o principal espaço de diálogo e debate, com destaque para a participação da juventude. E que abrigará fóruns e painéis com lideranças juvenis do mundo inteiro, além de participações internacionais como a do filósofo colombiano Bernardo Toro, que contribuirá para o debate sobre o futuro do planeta e o papel das novas gerações.

A Zona Crono – Teatro de Arena (490m²) receberá o espetáculo Cronoecológico, sob direção da coreógrafa Ana Unger, com elenco formado por artistas paraenses. Haverá ainda a exposição O Fantástico Mundo do Alumínio, que apresentará de forma interativa a trajetória do material, suas aplicações e importância na transição para uma economia de baixo carbono.

Experiências

Outros espaços incluem a Zona Imersão (176m²), com experiências audiovisuais sobre a Revolução Industrial e seus impactos; a Zona Pessoas (314m²), voltada a oficinas e cursos; e a Zona Ecos (176m²), que exibirá e comercializará produções culturais e artesanais de indígenas, ribeirinhos e comunidades periféricas. A Zona Tela (78m²) exibirá filmes e documentários sobre temas ambientais.

Já a Alfa Domus – A Casa do Futuro funcionará como um laboratório de moradia ecoeficiente que une saberes ancestrais e tecnologia de ponta. Dois domos de patrocinadores, ABAL e Norsk Hydro, oferecerão experiências interativas sobre sustentabilidade, e um domo será destinado à TV Web Freezone, responsável por transmitir a programação ao vivo para o mundo.

Discussões

Eumoutro ambiente, o fórum COP30: A Discussão é de Todos será o espaço em que diversos atores poderão compartilhar experiências, conhecimentos e perspectivas sobre os caminhos rumo a uma economia de baixo carbono. Além dos debates, a programação incluirá espetáculos teatrais, shows, oficinas, cursos, cinema, atividades infantis e a Zona dos Povos da Floresta, espaço dedicado a indígenas, ribeirinhos e quilombolas para exporem e comercializarem seus trabalhos culturais e artesanais.

Cenografia

A cenografia da Freezone, que entrou na reta final da montagem, também é um diferencial, segundo a organização: estruturas metálicas modernas se encontram com elementos de ancestralidade, como bambu e referências ao artesanato amazônico. Até mesmo peças de carros alegóricos da escola de samba Grande Rio, que homenagearam a cultura paraense, foram incorporadas à ambientação. O artista plástico Anderson Pimentel é um dos responsáveis pela cenografia, que relatou a grande responsabilidade de restaurar as alegorias que participaram do Carnaval de 2025.

Ele destacou que a maior dificuldade do trabalho é o tempo, pois as chuvas frequentes à tarde obrigam a interrupção. “É um material que chegou todo desmontado em Belém. Nós tivemos que fazer todo o procedimento de restauração. E restaurar é voltar à peça original, mantendo toda a parte de peça original, A limitação, a forma, não perdendo a originalidade da peça”, afirma.

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COP 30
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