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COP 30: Plataforma busca ampliar financiamento de projetos sustentáveis na Amazônia

A proposta da FAIS é atuar como um instrumento de financiamento híbrido, combinando recursos públicos, privados e internacionais

Maycon Marte

Durante o segundo dia da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), no painel “Desbloqueando o Financiamento Climático para Agrofloresta Regenerativa”, foi apresentada a Facility de Investimentos Sustentáveis (FAIS) — uma iniciativa que reúne recursos de diferentes origens para financiar projetos sustentáveis na Amazônia. Desenvolvida pelas federações das indústrias dos estados da região, a plataforma busca atrair capital e impulsionar o desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental.

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A proposta da FAIS é atuar como um instrumento de financiamento híbrido, combinando recursos públicos, privados e internacionais para superar barreiras que historicamente dificultam o avanço de empreendimentos sustentáveis na Amazônia. Entre os principais desafios estão os custos logísticos, a falta de infraestrutura e o desconhecimento técnico sobre o manejo adequado dos recursos naturais da região.

De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), Marcelo Tomé, o modelo de financiamento misto é o caminho mais eficaz para enfrentar esses obstáculos. Segundo ele, a iniciativa representa uma oportunidade concreta de transformar o cenário econômico amazônico com base em práticas sustentáveis.

Tomé explicou que seu papel na COP 30 é aproximar o setor privado da Amazônia das discussões da conferência e, ao mesmo tempo, levar suas mensagens de volta à região. Segundo ele, há grandes oportunidades de transformar a economia amazônica a partir dos instrumentos que podem surgir durante o evento.

Um dos exemplos citados é a agenda de agricultura regenerativa e de sistemas agroflorestais, tema debatido no painel. Esses modelos, afirmou Tomé, têm potencial para recuperar até 70 milhões de hectares de terras degradadas e de baixa produtividade na Amazônia. “Se conseguirmos transformar essas áreas em terras férteis e produtivas, ganhamos o jogo. A Amazônia pode se tornar uma região próspera”, disse.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia, ainda há muitos caminhos possíveis e alguns gargalos a serem superados — grandes e pequenos. Seu objetivo, destacou, é usar os instrumentos da COP com a participação ativa do setor privado. “Minha principal pauta é contribuir para transformar a economia da Amazônia em uma economia mais sustentável e próspera”, completou.

A iniciativa das federações industriais reforça o esforço conjunto de governos, empresas e instituições financeiras para tornar o bioma amazônico um polo de inovação verde. A expectativa é que, com o avanço da FAIS, novos modelos de negócio possam surgir, promovendo uma economia baseada em sustentabilidade e inclusão social.

 

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