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Círio e COP 30: artesãos já percebem aumento de turistas e vivem expectativa em Belém

Na Praça da República, vendedores citam aumento no movimento: 'Parece que estão fazendo uma pré-visita à cidade. Muitos já passaram por aqui', afirma artesã

Dilson Pimentel

Com a aproximação do Círio de Nazaré, em outubro, e da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro, os artesãos da Praça da República, em Belém, demonstram expectativa positiva em relação à movimentação e às vendas de seus produtos. A aposta é que as vendas devem aumentar, promovendo a cultura local e fortalecendo a economia criativa da capital paraense.

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Para Jeferson Cruz, de 45 anos, que atua na feira há 24 anos, o período é de preparação intensa. “Já percebemos aumento de público, a tendência é crescimento e muitas novidades estão sendo criadas. Artesãos estão criando peças novas. Estamos na divulgação para ter uma boa COP 30”, disse.

“É uma produção familiar. Estamos há 24 anos aqui na praça da República. Todo ano a gente se prepara para o Círio. Mas, como vem a COP, e com a chegada da COP 30 estamos tentando dobrar a produção para atender todos os nossos clientes”, explicou.

Ele acredita que a maior parte da mercadoria deva se esgotar no Círio. “A gente está se preparando para o Círio. Mas, com certeza, muitos artesãos, com material diferenciado, não vão ter mercadorias para todos os clientes que estão chegando”, disse.
Jefferson detalhou o trabalho artesanal. “Nosso trabalho é de arame, tecido em miriti, retratando elementos da cultura paraense. É uma inovação do trabalho de miriti. E, com isso, a gente está criando peças bem regionais.

Temos peças religiosas, como Nossa Senhora de Nazaré, e outras que representam o açaí e o tacacá. Aqui a gente conta a história do nosso regional paraense. Tudo feito com muito cuidado e carinho, sempre tentando resgatar lembranças do nosso cotidiano paraense”, disse.

Tendência é melhorar

Cecília Nogueira, pedagoga e artesã de 55 anos, também falou sobre a expectativa em relação ao aumento do fluxo de visitantes. “Todos nós artesãos estamos com a expectativa de ter muitos turistas e aumentar a visitação na praça. A parte financeira também é importante, pois nossas vendas aumentam com eventos como o Círio e a COP 30”, declarou. "O mundo todo está comentando sobre a COP 30 e sobre Belém do Pará”, acrescentou.

Cecília observou que a movimentação já começou a melhorar. “Parece que os turistas estão fazendo uma espécie de pré-visita à cidade. Muitos já passaram por aqui”, afirma. “Nosso foco é o artesanato regional. Para a COP, com o Curupira como mascote, a procura por peças regionais aumentou. Eu produzo principalmente pássaros em feltro, que é um material compactado, desde papagaios até ararinhas, além de boto, peixe-boi e tamanduá. E, principalmente, o curupira”, explicou.

Ela também ressaltou que os artesãos estão pensando em produzir peças específicas para a COP 30, sempre com foco no regional. “É o que a nossa Belém tem de muito bonito para mostrar para o mundo”, afirmou, destacando sua experiência de 10 anos como artesã, sendo cinco atuando na praça.

Leônidas Hixkaryana, estudante de Odontologia da Universidade Federal do Pará, de 35 anos, destacou a preparação dos artesãos para o evento. “Estamos com grande expectativa. Quem sabe as vendas vão melhorar, pois estamos aqui trabalhando bastante, fazendo artesanato. A COP está chegando. Já percebo uma movimentação maior, pessoas chegando do exterior, na expectativa”, afirmou.

Leônidas detalhou o tipo de artesanato que produz, incluindo peças de miçanga, utilizando sementes de morototó retiradas na mata, além de porcelanas e colares. “Estamos otimistas”, completou o empreendedor, que trabalha na praça há dois anos. A sua etnia é do Amazonas.