Brasil quer acelerar acordos climáticos antes da COP 30 em Belém
Iniciativa aposta em 'Círculo de Presidentes' para mobilizar líderes e antecipar compromissos globais antes da conferência na capital paraense
A presidência brasileira da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30) lançou uma nova estratégia para antecipar acordos climáticos e garantir avanços ainda antes da conferência em novembro, em Belém. A proposta é impulsionada por uma estrutura batizada de Círculos de Liderança, que reúne lideranças políticas e da sociedade civil em torno de metas práticas.
Um dos principais braços da iniciativa é o Círculo de Presidentes, composto por ex-presidentes de Conferências do Clima desde 2015. O grupo é liderado por Laurent Fabius, ex-chanceler da França e responsável pela COP 21, que culminou no Acordo de Paris.
Modelo quer antecipar compromissos para além dos governos nacionais
A missão do grupo é fortalecer o multilateralismo e acelerar a implementação do Acordo de Paris em meio a um cenário internacional fragmentado. O esforço é parte de uma articulação mais ampla, liderada pelo embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP 30.
Segundo Corrêa do Lago, a meta é garantir que mais países apresentem suas novas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) até setembro. Essas contribuições são os compromissos formais de cada governo em reduzir emissões e enfrentar a crise climática.
‘NDC Global’ reuniria metas de governos, empresas e comunidades
A proposta brasileira vai além dos compromissos nacionais. A ideia é consolidar uma “NDC Global”, que incorpore metas de estados, municípios, empresas, instituições financeiras e comunidades tradicionais. O objetivo é reunir todos os setores em um instrumento único e abrangente de ação climática.
A movimentação é uma resposta à baixa adesão registrada até agora, com muitos países descumprindo o prazo para atualizar suas NDCs, o que pode comprometer os objetivos da COP 30.
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Janela entre junho e setembro será decisiva para a COP 30
Na quarta carta enviada à comunidade internacional, Corrêa do Lago destacou que o período entre junho e setembro será fundamental para consolidar os compromissos climáticos. Segundo ele, a conferência em Belém precisa se concentrar na fase de implementação, e não em novas negociações.
Além do Círculo de Presidentes, a estrutura inclui iniciativas voltadas para financiamento climático, participação de povos indígenas e balanço ético global. Todos os grupos atuam de forma independente, mas em apoio direto à presidência da COP.
O Brasil acredita que essa estratégia pode marcar uma nova fase nas negociações climáticas, com foco na ação efetiva e na concretização de medidas que foram acordadas em conferências anteriores.
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