Grande obstáculo para financiamento climático é a vontade política, diz economista

Apesar dos desafios, Brasil tem um papel diplomático importante

Maycon Marte
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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), realizada entre 10 e 21 de novembro, em Belém, tem como desafio o acordo da nova meta para financiamento climático. Os recursos destinados pelos países envolvidos nesse acordo, caso seja alcançado, será destinado para mitigação e adaptação dos impactos das mudanças climáticas. Segundo a economista e professora universitária Elizabeth Reymão, além de conquistar os recursos, o maior obstáculo para um consenso dentro desse tema será a “vontade política”.

O financiamento climático é essencialmente a vinda de recursos para ações em diferentes áreas, a fim de reduzir danos causados ao meio ambiente. Isso acontece, por exemplo, com investimentos em projetos de saneamento, drenagem, capacitação de agricultores, entre outros. Nesse cenário, o evento climático é decisivo para definir o papel de cada país, assim como para estabelecer as metas de cada um, com o objetivo de reduzir suas atividades poluidoras.

A economista lembra que a conferência anterior, realizada em Baku, no Azerbaijão, não conseguiu determinar um consenso entre as partes envolvidos, o que aumenta as expectativas sobre o evento deste ano na capital paraense. Na ocasião, o valor acatado pelos países mais ricos, principais financiadores desses investimentos, foi muito inferior ao estipulado.

“Infelizmente, na COP 29, a gente teve um compromisso dos países ricos, de financiar um valor muito pequeno desses projetos. A gente tinha pedido um trilhão e trezentos bilhões de dólares, mas o recurso comprometido foi de apenas três bilhões. Então, é um valor bem menor do que era o necessário”, observa Reymão.

Os números para o financiamento são calculados com base nos atuais prejuízos percebidos em todo o mundo, considerando também a necessidade de cada país. O mesmo foi feito no Acordo de Paris, adotado por 195 países, na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), em Paris, no ano de 2015. A principal meta desse protocolo era reduzir emissões de gases do efeito estufa, para manter o aquecimento global a 1,5 °C, acima dos níveis pré-industriais.

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Expectativas

Apesar do resultado insatisfatório da última conferência, a expectativa da economista é positiva quanto ao resultado do novo encontro. Ela destaca a posição diplomática do Brasil e o bom diálogo com parceiros nesse sentido. “Acho que pelo fato de o Brasil ter presidido o G20 no ano passado, e de toda experiência da nossa diplomacia brasileira, as alianças que a gente vai trazer dos parceiros, dos países que apoiam as iniciativas propostas pelo Brasil, vão ser muito importantes para o sucesso da COP 30”, afirma Reymão.

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