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Airbnb movimentou mais de R$ 300 milhões em Belém no ano passado

Pesquisa aponta efeitos positivos para a COP 30 e demais eventos de grandes proporções

Maycon Marte

A plataforma de hospedagens por temporada Airbnb, divulgou na tarde desta terça-feira (26) o seu balanço dos investimentos em preparação à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). Segundo a empresa, a economia local movimentou mais de R$ 300 milhões no segmento em 2024. Embora os estímulos foquem no encontro climático, realizado de 10 a 21 de novembro na capital paraense, a diretora-geral do Airbnb para a América do Sul, Fiamma Zarife, aposta nesses resultados como um legado para a cidade que beneficiará outros eventos com grande público.

A porta-voz explica que o valor milionário se refere a gastos indiretos tanto dos anfitriões, quanto dos hóspedes, mas não considera os gastos com as hospedagens. Esse número é o resultado do consumo em outros setores, como o de alimentação, transporte, vestuário, entre outros. Movimentação atraída pelo fluxo de pessoas que passaram pelas hospedagens.

“São gastos excluindo os gastos que foram feitos pagando as acomodações e são gastos que são feitos na economia local. Então são os hóspedes e anfitriões gastando em restaurante, em transporte, em atividades culturais, no comércio local. Tudo isso gera essa movimentação que totaliza 300 milhões de reais ao longo de um ano”, explica Zarife.

Os dados apresentados pela empresa foram obtidos por meio de uma pesquisa coordenada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento também identificou um aumento do número de leitos na plataforma, em Belém, que passaram de 3.430 em novembro de 2023, para 27.848 até agosto deste ano, aproximadamente, 712% de crescimento. 

A variação do número de anúncios na capital acompanhou o mesmo movimento, com um aumento de, 708% no mesmo período analisado, saindo de 1.089 para 8.803. Os anúncios se referem a todos os espaços disponíveis dentro da plataforma, enquanto os leitos detalham os quartos, como explica a diretora-geral. “Anúncio é o que você vê quando entra na plataforma. Tem lá uma casa e se essa casa tem três leitos, então é um anúncio com três leitos, assim que a gente diferencia”, pontua.

Também foi possível identificar reflexos positivos na cadeia produtiva quanto a geração de empregos. Ao todo, foram 1.800 postos de trabalho criados ou mantidos, devido à mobilização no setor.

Novidades

Um dos anúncios feitas pela empresa foi sore a nova plataforma de capacitação para anfitriões do Airbnb, com cursos online, disponíveis a partir do início do mês de setembro. A previsão é de que a novidade esteja ativa ainda na primeira semana do mês, em um novo endereço digital. Atualmente a empresa opera capacitações presenciais e promete alcançar mais qualidade com a capacitação remota, que servirá tanto para os novos anfitriões, quanto para quem já é cadastrado na plataforma.

“A gente já tem uma capacitação, a oficina Airbnb, que dá um curso presencial para os anfitriões, não só novos anfitriões, mas anfitriões que já estão na plataforma e querem reciclar um pouco o seu conhecimento. O que a gente estará lançando na próxima semana é o curso online, para escalar esse esforço de educação, porque muitas vezes os anfitriões não podem comparecer presencialmente, tem limitação de horário e a gente quer multiplicar esse alcance”, esclarece.

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Amazônia em foco

Uma parceria entre o Instituto Alok, Aribnb e outras entidades também anunciaram os resultados do projeto de sustentabilidade que coloca a Amazônia em destaque. No Pará, a entidade, que já existe há cinco anos, envia recursos para o crescimento de um projeto de reflorestamento no arquipélago do Marajó. O diretor do instituto, Devam Bhaskar, celebra as ações de recuperação de uma área equivalente a duzentos campos de futebol, por meio de um sistema agroflorestal.

“A gente está ajudando a trazer essa floresta de volta e não só a floresta, mas com um sistema agroflorestal, ou seja, é a floresta ficando em pé de novo com plantação de alimentos, gerando então maior condição de segurança alimentar para a população em volta ali”, comemora o diretor.

O projeto alcança com a ampliação de renda cerca de 150 mulheres viveiristas, ou seja, que possuem viveiros de mudas. Elas recebem os valores conforme a quantidade de mudas que plantam, o que, segundo Bhaskar, ajuda a prática a continuar e favorece por consequência o reflorestamento e a renda das trabalhadoras e suas famílias. O investimento total do projeto fica em torno de meio bilhão de reais, com um aumento médio de 75% sobre a renda das profissionais, que auxilia desde a plantação até a venda de produtos em feiras e mercados.

“São 150 mulheres com 75% no aumento de sua renda, restaurando 200 hectares, isso são mais de 200 campos de futebol para dar uma medida assim, plantando no desafio de plantar 240 mil mudas”, afirma sobre a iniciativa que existe na região há pouco mais de um ano.