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Área da saúde tem mais de 1.100 vagas no CNU 2; veja salários

Mentora para concursos destaca importância das oportunidades para estabilidade e fortalecimento do SUS

Bianca Virgolino | Especial O Liberal

As inscrições para a segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU 2) iniciaram nesta quarta-feira (2) com 3.652 vagas distribuídas por 32 órgãos públicos federais. As provas ocorrerão em dois dias — a primeira fase em outubro e a segunda em dezembro — em centenas de municípios brasileiros.

Na área da saúde, há oportunidades em dois blocos temáticos: o Bloco Temático 1 (Seguridade Social: Saúde, Assistência Social e Previdência Social) e o Bloco Temático 8 (Intermediário – Saúde). 

Para a auditora do Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA) e mentora para concursos públicos, Raíssa Ávila Castanho, essa oferta representa uma transformação relevante no perfil dos certames nacionais.

“Geralmente a gente está acostumado com concursos voltados ao Direito. Mas agora temos uma gama enorme de cargos para a área da saúde, o que é excelente. Muitos desses profissionais têm vínculos precários, jornadas exaustivas e múltiplos empregos. O concurso traz estabilidade, plano de carreira e melhora na qualidade de vida desses trabalhadores”, afirma.

Ela reforça que a ampliação do quadro efetivo contribui diretamente para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde:

“A gente viu na pandemia que temos uma precariedade muito grande de estrutura e de profissionais nessa área. Com o concurso você traz esses profissionais para se fixarem, para serem estáveis, para estarem ali disponíveis e divididos em diversos órgãos, nos hospitais federais, no Ministério da Saúde, no INSS, tanto para funções do fronte mesmo, para atender nos hospitais, nos ambulatórios, mas nas áreas administrativas. Então a gente fortalece o sistema de saúde brasileiro como todo”.

Bloco Temático 1 – Nível Superior

O Bloco 1 reúne 1.016 vagas imediatas para cargos de nível superior em áreas como medicina, enfermagem, psicologia, serviço social, fisioterapia, nutrição, entre outros. As funções envolvem planejamento, coordenação e execução especializada de políticas públicas nas áreas de saúde, assistência social e previdência.

“Costumo chamar esses profissionais, médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, em laboratório, de ‘fronte’. São eles que estão nas portas dos hospitais, nas unidades básicas de saúde, fazendo campanhas de vacinação e atendendo plantões. Lidam diretamente com a população e, por isso, precisam de formação técnica ou superior, a depender da função”, explica Raíssa.

Distribuição das vagas por órgão:

  • Ministério da Saúde (MS) – 184 vagas
  • Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – 280 vagas
  • Hospital das Forças Armadas (HFA) – 157 vagas
  • Comando do Exército (C.EX) – 55 vagas
  • Comando da Marinha (CM) – 56 vagas
  • Fundacentro – 10 vagas
  • Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) – 172 vagas
  • Outros cargos técnicos científicos (especialmente no MS) – 102 vagas

As vagas no INSS estão distribuídas por todo o país, inclusive em municípios do interior. Já os cargos no Ministério da Saúde e no HFA estão concentrados, em sua grande maioria, em Brasília (DF). Órgãos militares mantêm postos principalmente em capitais como Rio de Janeiro. Já Fundacentro e áreas de pesquisa possuem polos nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.

Bloco Temático 8 – Nível Médio/Técnico

Para quem possui ensino médio completo e formação técnica, o Bloco 8 oferece 115 vagas de início imediato: 85 para o Ministério da Saúde (RJ) e 30 para o Hospital das Forças Armadas (DF).

Especialidades contempladas:

  • Técnico em Enfermagem (enfermarias, CTI, centro cirúrgico, hemodinâmica, oncologia)
  • Técnico em Farmácia e Farmácia Hospitalar
  • Técnico em Análises Clínicas, Anatomia Patológica, Radiologia e Nutrição
  • Técnico em Segurança do Trabalho
  • Técnico em Pesquisa Biomédica, Citogenética e Imunogenética
  • Técnico em Higiene Dental e outras áreas de apoio hospitalar

Raíssa ressalta que essas vagas se destinam a funções operacionais:

“Esses cargos não exigem nível superior, mas sim um curso técnico. São voltados à execução das rotinas da saúde pública. Há vagas para técnicos em enfermagem, farmácia, laboratório, nutrição, citogenética e segurança do trabalho. São ótimas oportunidades para quem tem essa qualificação e deseja estabilidade.

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Oportunidades para Pesquisadores e Analistas

Além das funções de linha de frente, o CNU 2 também oferta vagas para analistas, pesquisadores e tecnologistas em saúde pública. Segundo Raíssa, são profissionais que atuam nos bastidores da gestão e planejamento.

“Enquanto os profissionais de atendimento estão diretamente com o público, esses outros cargos cuidam da inteligência por trás do sistema. Planejam, monitoram, avaliam. São igualmente essenciais para o funcionamento do SUS”, pontua a mentora.

Para esses cargos, geralmente é exigida formação superior em áreas como medicina, enfermagem, biomedicina, administração pública e direito. Títulos como especialização ou mestrado podem ser diferenciais importantes na prova de títulos.

Remuneração

Os salários variam de acordo com o cargo e o nível de escolaridade exigido. Para funções de nível intermediário (Bloco 8), como técnicos em enfermagem e laboratório, os vencimentos partem de R$ 2.078,66, podendo chegar a R$ 4.559,66 com gratificações e progressão por desempenho. Já para cargos de nível superior (Bloco 1), os valores variam entre R$ 4.085,06 e R$ 5.997,87 inicialmente, a depender da função e da titulação do servidor. Além do salário-base, os aprovados terão direito a benefícios como auxílio-alimentação, adicionais por qualificação e planos de carreira estruturados.

Habilidades e competências valorizadas

Raíssa também destaca o perfil de competências que tende a se sobressair tanto na seleção quanto na atuação prática.

“A primeira é a competência técnica — domínio dos conteúdos específicos, protocolos do SUS, vigilância sanitária, urgência e emergência. Depois, vêm as competências cognitivas e analíticas — leitura crítica, interpretação de dados, resolução de problemas e redação técnica. E, por fim, as comportamentais, como controle emocional, trabalho em equipe e boa comunicação interpessoal.”

Ela lembra que essas soft skills, embora menos cobradas diretamente nas provas, podem ser determinantes tanto na realização do concurso quanto no cotidiano profissional.

“Muitas vezes o candidato tem o conhecimento técnico, mas não consegue aplicá-lo por ansiedade. Gerenciar o tempo e o emocional é tão importante quanto dominar o conteúdo”, conclui.