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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Política e futebol – futebol e política: eles se misturam?

Rodolfo Marques

Há um tema recorrente no campo da pesquisa acadêmica que trata das interações de duas agendas importantes: política e futebol. Aliás, há alguns anos, o Prof. Dr. André Oliveira e eu dirigimos um Grupo de Trabalho no Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS) que tratava das categorias política e futebol, suas interações, e suas relações com o mercado.

Existem vários marcos cronológicos quando se aborda a temática: a suspensão das Copas do Mundo de 1942 e 1946, em virtude da Segunda Guerra Mundial; a ditadura do general Augusto Pinochet, no Chile, entre 1973 e 1990, que, entre outras atrocidades, utilizou o Estádio Nacional, de Santiago, para reunir prisioneiros do regime; a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, com resultados muito controvertidos em campo e a égide do governo autoritário do também general Jorge Rafael Videla; a realização da Copa União, em 1987, no Brasil, a partir da organização do chamado Clube dos 13; e até mesmo as recentes Copas do Mundo, na Rússia (2018) e no Qatar (2022), a partir de processos pouco ortodoxos de escolhas etc.

No âmbito institucional, chamam a atenção os níveis de organização e de projeção de poder de instituições como a Federação Internacional de Futebol (FIFA), no contexto global, e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no ambiente nacional. Na Copa do Mundo realizada no Brasil, em 2014, os dirigentes e ex-dirigentes da CBF – assim como os da própria FIFA – comportavam-se, muitas vezes, como verdadeiros “chefes de Estado”.

Como dimensão de poder, por exemplo, sempre são citados os números de filiados da FIFA e da Organização das Nações Unidas (ONU) – em 2023, são 211 federações masculinas e 129 federações femininas, na entidade do futebol, e 193 estados-membros no organismo internacional.

Como pontos em comum, em termos de pesquisa, emergem as questões do combate à corrupção – como no escândalo Fifagate, revelado em 2015 ; o fato de dirigentes de clubes de futebol, atletas e ex-atletas buscarem mandatos públicos – e terem sucesso nas tentativas, em alguns casos ; e no próprio funcionamento dos processos administrativos e institucionais, tanto na política quanto no futebol.

Destarte, ao pensar em dimensões tão complexas e disruptivas como política e futebol, é essencial observar a importância da agenda de pesquisa e buscar, na vasta literatura da Ciência Política, um suporte teórico em bases como as teorias institucionalista, neoinstitucionalista e das elites, por exemplo. Política e futebol costumam se misturar, sim.

E é sempre importante considerar que se trata de um processo dinâmico e com muitas peculiaridades, pois mexem com paixões, convicções e somas vultosas de dinheiro.

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Rodolfo Marques
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