RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Pesquisa IPEC indica favoritismo de Lula e resiliência de Bolsonaro para as eleições 2022

Rodolfo Marques

Novas rodadas de pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2022 vêm sendo divulgadas neste mês de dezembro. O levantamento de maior impacto foi o do IPEC, divulgado em 14 de dezembro de 2021. O ex-presidente Lula (PT) apareceu com 48% das intenções de voto, contra 21% de Jair Bolsonaro (PT), 6% de Sérgio Moro (Podemos) e 5% de Ciro Gomes (PDT). 

Os dados indicaram ainda a possibilidade de uma vitória de Lula no turno inicial – caso se confirme a tendência momentânea de ele alcançar mais de 50% dos votos válidos. Lula continua na sua estratégia de articulação política e no discurso do resgate dos avanços sociais ocorridos nos dois mandatos por ele ocupados como presidente (2003-2006 e 2007-2010).

Mesmo que os números não sejam muito favoráveis a Bolsonaro, neste momento, é essencial reconhecer a resiliência do atual presidente que, mesmo com a tragédia do enfrentamento da pandemia de Covid-19 por parte do seu governo, com a reprovação crescente à sua administração e com e economia decadente e aumento da fome e das taxas de desemprego, consegue deter de 20 a 26% do eleitorado – grupo que permanece fiel a ele desde antes das eleições de 2018. O fato de estar ocupando a presidência dá a Bolsonaro uma visibilidade maior do que outro qualquer pré-candidato – para o “bem” e para o “mal” –, ao mesmo tempo em que ele poderá mostrar possíveis méritos de sua gestão, suportada pela estrutura de seu governo.

O levantamento do IPEC foi realizado entre 9 e 13 de dezembro, com 2.002 eleitores em 144 municípios e dois pontos percentuais de margem de erro. 

Por ora, o candidato da “terceira via” e que tem apoio de vários segmentos econômicos, o ex-ministro e ex-juiz-federal Sérgio Moro, ainda não “disparou” entre os preferidos do eleitor, embora venha se preocupando em fazer constantes aparições na mídia e em denotar posições mais duras contra Lula e Bolsonaro.

Outro fato político, que já era esperado nesta reta final de 2021 e é merecedor de registro é a saída do ex-governador de São Paulo e do ex-presidenciável Geraldo Alckmin de seu partido de origem – o PSDB. Um dos mais longevos ocupantes de cargos executivos (três mandatos e meio – ou 14 anos) no estado que detém a maior economia do país, Alckmin sofreu desgastes internos após seu pífio desempenho no pleito presidencial de 2018 e viveu, nos últimos anos, em uma “guerra fria” com o seu afilhado político, atual governador de São Paulo e pré-candidato tucano à presidência em 2022, João Dória Jr. Um caminho possível é que Alckmin migre para o PSB e possa se juntar à candidatura Lula (por quem o ex-governador paulista foi derrotado em segundo turno nas eleições presidenciais de 2006), na função de vice-presidente.

Faltam pouco mais de 10 meses para o pleito presidencial de 2022 e o Brasil espera, fundamentalmente, duas coisas: a apresentação de soluções palpáveis para a crise sistêmica em que o país está mergulhado e a prevalência de debates de ideias, com menos agressões e intolerância no ano que se avizinha. 

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