Pará vê crescimento da Covid-19 e se mobiliza para enfrentá-la. Presidente continua atrapalhando Rodolfo Marques 06.04.20 18h00 A semana se inicia com números cada vez mais preocupantes em relação ao novo Coronavírus no Pará. O Estado ultrapassou a barreira dos 100 casos confirmados e registra 4 óbitos até esta segunda-feira (6). A situação ainda não está com números tão altos como em outras unidades federativas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Ceará e Amazonas, mas a velocidade com a qual os casos vêm sendo registrados nos últimos dias liga o “sinal de alerta” para o poder público e para a própria sociedade. O governo do Pará foi um dos primeiros no país a adotar as medidas restritivas para a circulação de pessoas, com o fechamento do atendimento presencial em órgãos públicos e da suspensão das aulas nas escolas estaduais. O Estado também vem buscando investimentos na sua estrutura de saúde pública, com a montagem de hospitais de campanha, a aplicação de testes rápidos para a detecção da doença e a compra de equipamentos através de parcerias com outros países, como a China. Todo o processo de registro de casos e de encaminhamentos para tratamento está sob a coordenação da Secretaria Estadual da Saúde (Sespa), através de seu titular, Alberto Beltrame. O governador Helder Barbalho (MDB-PA) adquiriu protagonismo político nas ações para combater a pandemia dentro dos limites estaduais. Há uma grande discussão a respeito do pacto federativo e as responsabilidades de cada estado. Os estados têm recursos limitados para fazer os testes, as notificações e mesmo para atender as pessoas contaminadas. Da mesma forma, é muito necessário ampliar os mecanismos para controlar a circulação de pessoas. O caminho mais acertado é impor o lockdown horizontal, com isolamento domiciliar, para evitar, ao máximo, que o vírus circule. Os países que mais cedo adotaram essa medida vêm apresentando danos menores às suas populações, embora sempre em números assustadores. No âmbito federal, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) continua atrapalhando o processo. Em pesquisa divulgada recentemente pelo Datafolha, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, teve números de aprovação muito superiores aos do presidente, gerando grande incômodo no Planalto. Bolsonaro vem criticando abertamente o ministro, em suas falas públicas, ressaltando que tem a “caneta” para tomar as decisões que julgar necessárias. Mandetta continua pregando cautela e defendendo a manutenção do distanciamento social. Já circulam informações de que o ministro Mandetta seja demitido nos próximos dias, uma vez que as divergências entre ele e Bolsonaro são, praticamente, irreversíveis. O processo de “fritura” do ministro da Saúde continua em curso intenso. Existe, claramente, um movimento da maior parte dos governadores brasileiros em continuar a cruzada contra a Covid-19, enquanto que o presidente Bolsonaro está mais preocupado com o seu mandato e com o seu futuro político, não tratando a pandemia com a seriedade devida. Mais do que nunca, é necessário afirmar que o Brasil precisa de governantes com lucidez e preparo para enfrentar a maior crise do país nos últimos 50 anos, com desdobramentos nos níveis político, econômico, social e de saúde pública. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques coronavírus saúde governo bolsonaro governo do Estado Helder Barbalho Jair Bolsonaro COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09