RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

O 7 de setembro de 2023 e a recuperação dos símbolos pátrios

Rodolfo Marques

As comemorações e cerimônias alusivas aos 201 anos da Independência do Brasil, neste dia 07 de setembro, após quatro anos muito turbulentos, entre 2019 e 2022, marcaram um novo ciclo de civismo e de processos democráticos. 

Houve vários desfiles cívico-militares nas principais cidades brasileiras, ao mesmo tempo em que houve movimentos como “O Grito dos Excluídos” e manifestações contrárias e favoráveis do governo Lula. Mas, indiscutivelmente, foi perceptível a presença menor do público, em especial em Brasília, e um muito menos tensão política, principalmente se for feita a comparação com a mesma data em 2021 e em 2022. Nos dois anos citados, houve várias ações lideradas pelo então presidente Jair Bolsonaro, em sua estratégia de mobilizar, em termos de discurso, a sua gestão contra o Estado brasileiro e, principalmente, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Também houve uma preocupação com um potencial golpe de Estado – mas as instituições brasileiras e os estamentos democráticos conseguiram debelar essas possíveis intencionalidades. Em 2022, aliás, em sua manifestação em Brasília, Bolsonaro chegou a usar, em sua fala, o termo “imbrochável”, entre outras manifestações constrangedoras, ilustrando aquilo que o jornalista e comentarista da Globo News, Octávio Guedes, intitulou de “o governo infame”. 

Neste novo momento, o dia 07 de setembro, em Brasília, registrou o desfile do presidente da República no Rolls-Royce ao lado a primeira-dama, Janja da Silva, diante de cerca de 50 mil pessoas – bem menos “concorrido” do que durante o governo Bolsonaro. O verde e amarelo se fizeram presentes, em uma busca pela recuperação, para toda a sociedade, dos símbolos pátrios – a bandeira, o hino e as próprias cores, após tais elementos ficarem muito ligados a Bolsonaro e ao bolsonarismo nos últimos anos. Os três chefes das Forças Armadas também participaram da programação, ao lado de Lula – Tomás Ribeiro Paiva (Exército), Marcos Sampaio Olsen (Marinha), e Marcelo Kanitz Damasceno (Aeronáutica). 

Uma “presença” significativa foi a do “Zé Gotinha”, que é associado às campanhas nacionais de vacinação do Ministério da Saúde. A atual gestão federal tem reforçado várias campanhas de imunização, restaurando uma mobilização histórica da sociedade brasileira que, em sua maioria, sempre gostou de se vacinar. Acaba denotando, também, um contraponto às políticas negacionistas em relação à saúde e à pandemia de Covid-19 que foram adotadas durante o governo Bolsonaro.

Assim, como processos simbólicos e comunicação e de resgate dos símbolos pátrios, o governo Lula busca diminuir a polarização que teve seus ápices no pleito presidencial de 2022 e nas ações dos vândalos e baderneiros bolsonaristas em 08 de janeiro de 2023, em suas ações antidemocráticas. 

Por óbvio, as tensões e as divergências continuarão. Mas a perspectiva é que a própria oposição ao governo maximize suas críticas e contestações ao governo e ao presidente Lula, dentro do contexto democrático e em respeito às instituições brasileiras. 

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