Números da economia preocupam em semana política sem grandes “alterações” Rodolfo Marques 29.11.19 18h33 A semana brasileira termina com notícias preocupantes, principalmente, em relação à economia, em um momento em que as principais questões políticas não geraram grandes desdobramentos práticos. A primeira questão que ganhou repercussão foi referente aos números do desemprego no país, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, nessa sexta-feira (29.11). A taxa de desemprego chegou a 11,6% em três meses – período entre agosto e outubro –, gerando uma certa estabilidade em relação aos índices anteriores, mas marcando o crescimento progressivo das relações informais de trabalho. O índice de cerca de 12 milhões de desempregados no Brasil ainda é muito alto, em especial se for considerada a falta de perspectiva de geração de postos de trabalho a partir de ações governamentais. Outro aspecto econômico que tem trazido apreensão aos brasileiros é o aumento do preço da carne bovina e a sensação de desabastecimento do produto em algumas cidades brasileiras. Em declarações à imprensa, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que não houve reajustes no preço da carne nos últimos três anos e que o patamar recentemente alcançado – com um crescimento real de 35% no preço ao final ao consumidor – não deverá baixar tão cedo. Tereza Cristina justificou o incremento no preço do alimento associado ao aumento das exportações para a China, gerando o impacto no preço para o consumo interno. A população brasileira tem enfrentado, dessa forma, a escassez do produto e os preços muito aviltados para o consumo. Também chamou a atenção – negativamente – a previsão para os valores do salário mínimo no ano de 2020. O Ministério da Economia divulgou que, com a projeção da inflação de 3,5%, o valor da remuneração básica para o próximo ano deve ser de R$ 1.301 – 8 reais a menos do que se supunha até então. Com os valores já combalidos e a perda progressiva de poder aquisitivo do cidadão brasileiro, o cenário vai se tornado cada vez mais pessimista. Por fim, mas não menos importante, observam-se as declarações feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na última segunda-feira (25.11.2019) a respeito da taxa de juros e do câmbio brasileiro. Guedes defendeu a política de ajuste fiscal por parte da equipe econômica e disse que a tendência é que as taxas de juros caiam gradativamente e a cotação do dólar em relação ao real continue aumentando. Ressalte-se que o dólar bateu vários recordes nesta semana, chegando à cotação de R$ 4,27. Esse movimento do governo federal gera uma grande inquietação em boa parte da população, pois muitos produtos têm estado mais caros – em especial, os importados. Nesse contexto, na mesma entrevista, o ministro chegou a citar uma possibilidade de um novo AI-5 (Ato Institucional número 5, promulgado em 1967, durante o regime autoritário militar no Brasil), como uma forma de controlar convulsões sociais, caso elas ocorram. A declaração foi muito malvista, no geral. O presidente Jair Bolsonaro (Aliança pelo Brasil), aliás, não quis se pronunciar a respeito das manifestações de seu ministro. O que a população mais espera, indubitavelmente, é a recuperação econômica do país, para que a crise geral seja enfim debelada e para que o governo federal possa estabelecer políticas públicas para o alcance de melhorias sociais. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave política colunas rodolfo marques jair bolsonaro paulo guedes economia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09