Eleições 2022: o pleito da 'guerra digital'? Rodolfo Marques 14.10.22 18h11 Entre os vários temas que permeiam as eleições de 2022, o uso das plataformas digitais emerge como um dos principais. Twitter, Telegram, TikTok e Kwai se destacam nos processos de planejamento e da execução da comunicação política, em especial no caso das campanhas presidenciais. Com a utilização cada vez mais intensa da Internet, que se consolidou como uma das principais fontes de informação e da interação, e com o fato de a rede não ter uma regulamentação muito clara e assertiva no âmbito eleitoral, a velocidade de produção e disseminação de conteúdos eleva a disputa por votos a um outro patamar – não necessariamente positivo. O Twitter, enquanto microblog, e o Telegram, com as grandes comunidades e a circulação de conteúdos, fortalecem os discursos de campanha – com pouca ou nenhuma regulação. E o TikTok e o Kwai possibilitam, com o viés do entretenimento e da agilidade dos vídeos curtos, trazem a atenção dos usuários. As ações de comunicação nessas plataformas geram, muitas vezes, o controle da pauta pública. O uso de bots (robôs) para impulsionar candidaturas no Twitter também atingiu altos índices tanto na campanha de Lula (PT) quanto de Jair Bolsonaro (PL). Tal estratégia amplia o engajamento, também com a utilização das hastags (#). Esse recurso mobiliza grandes volumes de compartilhamentos rapidamente. Nessa “guerra digital”, que parece muita evidente, uma das principais ações é a veiculação de Fake News – notícias falsas espalhadas com os objetivos de confundir e de desinformar. Nesse contexto, são utilizadas falas fora de contexto, vídeos recontagens, fotomontagens, memes, prints e, de uma maneira mais frequente, a chamada DeepFake. Esta é uma tecnologia que faz uso da inteligência artificial para a criação de vídeos falsos – mas com traços de realidade –, com pessoas desenvolvendo ações que nunca foram feitas por elas anteriormente, na “vida real”. A Internet também é um terreno propício para a transmissão de informações de maneira mais fácil e simplificada. Também ganha espaço, nas plataformas digitais, as discussões de pautas de costumes, com a questão do aborto, o uso de armas, demandas religiosas e o patriotismo. Nesse recorte, Jair Bolsonaro mantém essa agenda de discussão desde antes das eleições de 2018, tendo uma certa vantagem nesse quesito. Nas batalhas virtuais, aliás, o deputado federal reeleito André Janones (AVANTE-MG) e o vereador pela cidade do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), ocupam papeis destacados nas respectivas campanhas presidenciais. Dessa forma, em um pleito tão polarizado, com disputas acirradas por todos os votos disponíveis, a guerra digital acaba sendo, também, uma guerra suja, com a Deep Web – a internet profunda – trazendo, cada vez mais para a superfície, discursos de ódio, violência e intolerância. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES análise política Lula lidera cenário para 2026 e oposição segue fragmentada, mostram pesquisas 08.04.25 19h51 Rodolfo Marques Corrêa do Lago liderará COP-30 em meio à crise climática 28.02.25 8h00 Rodolfo Marques Primeiros 50 dias do prefeito Igor Normando em Belém: avanços, dificuldades e desafios 21.02.25 17h00 Rodolfo Marques “Crise do Pix” e os desafios do governo Lula III em um novo cenário político-eleitoral 17.01.25 23h01