Cúpula da Amazônia 2023: um balanço analítico Rodolfo Marques 18.08.23 18h00 Na coluna anterior, publicada em 11 de agosto de 2023, comentei a respeito de todas as principais questões que envolveram o evento “Diálogos Amazônicos”, que antecedeu a programação principal da Cúpula da Amazônia – esta, realizada nos dias 8 e 9 de agosto, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, capital do Pará. A Cúpula buscou, como prioridade, a definição de compromissos de cooperação pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia entre os países participantes (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), a partir da retomada do diálogo regional e do incremento das relações entre as entidades civis e governamentais das nações amazônicas. O documento gerado na Cúpula foi a “Declaração de Belém”. A despeito de algumas lacunas, a Declaração trouxe a concordância dos países sobre a necessidade de evitar o “ponto de não retorno” da Amazônia, no contexto ambiental. Também no texto, os chefes dos países definiram pela cobrança do pagamento de recursos, por parte dos países desenvolvidos, para a mitigação do impacto da mudança do clima. Os países concordaram também sobre a criação de várias instâncias de fiscalização comum para fortalecer a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), além da necessidade da proteção de territórios indígenas. Em relação aos presidentes, chamou a atenção a participação do colombiano Gustavo Petro. Ele fez duras críticas à exploração de combustíveis fósseis, mostrando uma visão diferente do presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva. De acordo com Petro, a exploração de petróleo na floresta indicaria um grande conflito ético, principalmente no campo progressista, que sempre se põe ao lado da ciência. Petro questionou o termo “transições” no contexto da energia. A posição do colombiano se assemelha à visão da ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática do Brasil, Marina Silva, que também participou ativamente da Cúpula da Amazônia. Lula conseguiu, na Cúpula, mais uma vez fortalecer a sua presença como líder regional. Embora não tenha conseguido fazer todos os encaminhamentos como gostaria, obteve êxito em pautar as principais discussões e de ampliar a presença brasileira como protagonista em quaisquer discussões a respeito da Amazônia. Na comunicação oficial pós-evento, o governo brasileiro enfatizou que os processos de negociação são sempre mediados, sem imposições, nas buscas de consensos. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB-PA), um dos anfitriões do evento, reforçou os desafios amazônicos nas categorias climáticas e sociais. Também ponderou a respeito da diversidade e das riquezas de vegetação, fauna, terras e rios. Assim, enfatiza-se a importância a Cúpula em suas deliberações e em toda representatividade política que vem com ela. Ao mesmo tempo, como futura sede da COP 30, a ocorrer em novembro de 2025, Belém se posiciona como uma cidade essencial nas discussões amazônicas e nas pautas globais. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques colunas COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09