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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

CPI continua e depoimentos trazem lacunas e certezas

Rodolfo Marques


A terceira semana da CPI da Pandemia trouxe os esperados depoimentos dos ex-ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Eduardo Pazuello (Saúde). A Comissão, presidida pelos Senador Omar Aziz (PSD-AM), iniciou os trabalhos no final de abril e tem um prazo (prorrogável) de encerramento de 90 dias.  A CPI foi criada, a partir da mobilização de senadores – liderados por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para analisar, em caráter investigativo, ações e omissões do governo federal no contexto do agravamento da crise sanitária e do não enfrentamento efetivo da pandemia. Os destinos de verbas federais em estados e municípios também tendem a entrar em evidência. 

No trabalho de coleta de informações, os depoimentos são importantes para a construção do relatório pelo Senador Renan Calheiros (MDB-AL). Em 21 de maio de 2021, o Brasil já havia registrado mais de 442 mil mortes causadas pela Covid-19. Verificar contradições e possíveis mentiras e elucidar questões ajudam a esclarecer responsabilidades componentes do processo em si. 

Nos depoimentos dos ex-ministros, muitas lacunas permaneceram, principalmente em relação a datas e decisões importantes, embora a maior partes das informações concorram para mostrar os muitos equívocos do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na condução da crise. O general da ativa Eduardo Pazuello, cuja gestão à frente do ministério da Saúde (entre maio de 2020 e março de 2021) viu o crescimento exponencial de mortes, embora tenha tentado blindar o seu ex-chefe, acabou expondo as diversas falhas do governo federal no tratamento da pandemia. Em relação ao ex-chanceler, as duas certezas que emergiram foram o quanto o Brasil se mostrou ineficiente no acordo prévio por vacinas e a total incapacidade de Araújo de ser chefe do Itamaraty. 

Além do atraso na compra e na distribuição de vacinas, os outros dois pontos essenciais que a CPI tem trazido à tona são o descaso e a negligência com a crise do estado do Amazonas (principalmente na capital Manaus), entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, em que muitas pessoas morreram por falta de oxigênio; e o tempo e os recursos federais desperdiçados na produção e na distribuição da cloroquina e da hidroxicloroquina, duas substâncias que jamais tiveram sua eficácia científica comprovada contra a Covid-19. 

Assim, espera-que a CPI consiga avançar na questão da apuração das responsabilidade e, após seu encerramento, haja uma punição aos responsáveis que direta ou indiretamente trouxeram o país a se uma das cinco nações do mundo que pior trataram a Covid-19 – um mal, aliás, que está muito longe de ser controlado em escala global. 

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