CPI continua e depoimentos trazem lacunas e certezas Rodolfo Marques 21.05.21 17h47 A terceira semana da CPI da Pandemia trouxe os esperados depoimentos dos ex-ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Eduardo Pazuello (Saúde). A Comissão, presidida pelos Senador Omar Aziz (PSD-AM), iniciou os trabalhos no final de abril e tem um prazo (prorrogável) de encerramento de 90 dias. A CPI foi criada, a partir da mobilização de senadores – liderados por Randolfe Rodrigues (Rede-AP), para analisar, em caráter investigativo, ações e omissões do governo federal no contexto do agravamento da crise sanitária e do não enfrentamento efetivo da pandemia. Os destinos de verbas federais em estados e municípios também tendem a entrar em evidência. No trabalho de coleta de informações, os depoimentos são importantes para a construção do relatório pelo Senador Renan Calheiros (MDB-AL). Em 21 de maio de 2021, o Brasil já havia registrado mais de 442 mil mortes causadas pela Covid-19. Verificar contradições e possíveis mentiras e elucidar questões ajudam a esclarecer responsabilidades componentes do processo em si. Nos depoimentos dos ex-ministros, muitas lacunas permaneceram, principalmente em relação a datas e decisões importantes, embora a maior partes das informações concorram para mostrar os muitos equívocos do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na condução da crise. O general da ativa Eduardo Pazuello, cuja gestão à frente do ministério da Saúde (entre maio de 2020 e março de 2021) viu o crescimento exponencial de mortes, embora tenha tentado blindar o seu ex-chefe, acabou expondo as diversas falhas do governo federal no tratamento da pandemia. Em relação ao ex-chanceler, as duas certezas que emergiram foram o quanto o Brasil se mostrou ineficiente no acordo prévio por vacinas e a total incapacidade de Araújo de ser chefe do Itamaraty. Além do atraso na compra e na distribuição de vacinas, os outros dois pontos essenciais que a CPI tem trazido à tona são o descaso e a negligência com a crise do estado do Amazonas (principalmente na capital Manaus), entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, em que muitas pessoas morreram por falta de oxigênio; e o tempo e os recursos federais desperdiçados na produção e na distribuição da cloroquina e da hidroxicloroquina, duas substâncias que jamais tiveram sua eficácia científica comprovada contra a Covid-19. Assim, espera-que a CPI consiga avançar na questão da apuração das responsabilidade e, após seu encerramento, haja uma punição aos responsáveis que direta ou indiretamente trouxeram o país a se uma das cinco nações do mundo que pior trataram a Covid-19 – um mal, aliás, que está muito longe de ser controlado em escala global. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas colunas rodolfo marques COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09