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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Coronavírus: governadores se rebelam diante da inércia de Bolsonaro. Helder consegue destaque

Rodolfo Marques

A pandemia do Coronavírus continua se expandindo pelo mundo, trazendo cada vez mais números alarmantes com infectados e vítimas fatais. A crise e o medo efetivamente vêm transformando a maneira como as pessoas veem o mundo e até mesmo o próprio conceito de humanidade vem sendo alterado e adaptado. Diante de um cenário cada vez mais incerto, diante de um inimigo invisível, com crises econômicas presentes e convulsões sociais cada vez mais iminentes, há uma grande necessidade de que os gestores públicos desenvolvam mecanismos para proteger suas populações, fazendo uso das ferramentas políticas que são essenciais e urgentes.

No Brasil, vemos dois tipos de ocupantes de cargos públicos que vêm tendo uma ação efetiva, pelo menos, por ora: o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS); e alguns governadores, com destaques para os do Maranhão (Flávio Dino/PCdoB), do Pará (Helder Barbalho/MDB), de São Paulo (João Dória/PSDB), do Rio de Janeiro (Wilson Witzel/PSC) e do Distrito Federal (Ibaneis Rocha/MDB).

Em relação ao ministro da Saúde, ele vem procurando manter um nível de ações adequadas ao que a crise exige: divulgação de informações oficiais através de entrevistas coletivas e videoconferências; anúncios de testes para detecção da doença; estímulo ao isolamento domiciliar e ao distanciamento social; e prazos e cronogramas em relação ao funcionamento e/ou colapso do sistema de saúde no Brasil. O ministro Mandetta vem procurando agir, para combater o avanço da doença, de acordo com as suas convicções enquanto médico e gestor público, mesmo que, em muitas ocasiões, atue na contramão da ação quase nula do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).

No caso dos governadores, é necessário lembrar que está em vigor no Brasil, como um preceito jurídico na gestão pública, o pacto federativo. A partir da Carta Magna de 1988, no país, o pacto prevê que o poder não é centralizado no governo federal, com os estados e municípios tendo alguma autonomia – sem soberania – nos assuntos mais locais. União, estados e municípios têm, pois, espaços e campos próprios para atuarem. No contexto da crise cada vez mais violenta e amedrontadora que o Coronavírus vem trazendo, os governadores têm atuado, dentro de seus limites, para obter parcerias financeiras e para criar o seu próprio plano de prevenção.

No Pará, o governador Helder Barbalho vem procurando atuar de forma mais preventiva, estabelecendo limitações nas divisas terrestres, promovendo a suspensão das aulas presenciais na rede estadual de ensino, incentivando a população a ficar em casa, buscando recursos com outros países (como a China), e ampliando a atuação da gestão estadual na montagem de hospitais de campanha em espaços públicos e no apoio mais efetivo, principalmente, aos idosos. Sobre essas ações dos governadores, o presidente Bolsonaro vem tecendo críticas e afirmando que os chefes dos executivos estaduais vêm criando pânico e histeria coletiva. E os governadores, como o do Pará, destacam que o que está em risco é a saúde da coletividade mundial – e que ações concretas precisam ser tomadas de maneira urgente.

O Brasil continua necessitando de estadistas com três virtudes importantes: o entendimento da real gravidade da atual situação; o esquecimento das questões político-eleitorais; e o foco na ação voltada para atender o interesse da coletividade do país. A pandemia, sem dúvida, vem mudando drasticamente o modo de vida que a humanidade tinha até poucos meses atrás – além de trazer consequências sobre a própria maneira de ver as coisas, a médio e longo prazos.

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