Coronavírus: governadores se rebelam diante da inércia de Bolsonaro. Helder consegue destaque Rodolfo Marques 23.03.20 18h00 A pandemia do Coronavírus continua se expandindo pelo mundo, trazendo cada vez mais números alarmantes com infectados e vítimas fatais. A crise e o medo efetivamente vêm transformando a maneira como as pessoas veem o mundo e até mesmo o próprio conceito de humanidade vem sendo alterado e adaptado. Diante de um cenário cada vez mais incerto, diante de um inimigo invisível, com crises econômicas presentes e convulsões sociais cada vez mais iminentes, há uma grande necessidade de que os gestores públicos desenvolvam mecanismos para proteger suas populações, fazendo uso das ferramentas políticas que são essenciais e urgentes. No Brasil, vemos dois tipos de ocupantes de cargos públicos que vêm tendo uma ação efetiva, pelo menos, por ora: o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM/MS); e alguns governadores, com destaques para os do Maranhão (Flávio Dino/PCdoB), do Pará (Helder Barbalho/MDB), de São Paulo (João Dória/PSDB), do Rio de Janeiro (Wilson Witzel/PSC) e do Distrito Federal (Ibaneis Rocha/MDB). Em relação ao ministro da Saúde, ele vem procurando manter um nível de ações adequadas ao que a crise exige: divulgação de informações oficiais através de entrevistas coletivas e videoconferências; anúncios de testes para detecção da doença; estímulo ao isolamento domiciliar e ao distanciamento social; e prazos e cronogramas em relação ao funcionamento e/ou colapso do sistema de saúde no Brasil. O ministro Mandetta vem procurando agir, para combater o avanço da doença, de acordo com as suas convicções enquanto médico e gestor público, mesmo que, em muitas ocasiões, atue na contramão da ação quase nula do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). No caso dos governadores, é necessário lembrar que está em vigor no Brasil, como um preceito jurídico na gestão pública, o pacto federativo. A partir da Carta Magna de 1988, no país, o pacto prevê que o poder não é centralizado no governo federal, com os estados e municípios tendo alguma autonomia – sem soberania – nos assuntos mais locais. União, estados e municípios têm, pois, espaços e campos próprios para atuarem. No contexto da crise cada vez mais violenta e amedrontadora que o Coronavírus vem trazendo, os governadores têm atuado, dentro de seus limites, para obter parcerias financeiras e para criar o seu próprio plano de prevenção. No Pará, o governador Helder Barbalho vem procurando atuar de forma mais preventiva, estabelecendo limitações nas divisas terrestres, promovendo a suspensão das aulas presenciais na rede estadual de ensino, incentivando a população a ficar em casa, buscando recursos com outros países (como a China), e ampliando a atuação da gestão estadual na montagem de hospitais de campanha em espaços públicos e no apoio mais efetivo, principalmente, aos idosos. Sobre essas ações dos governadores, o presidente Bolsonaro vem tecendo críticas e afirmando que os chefes dos executivos estaduais vêm criando pânico e histeria coletiva. E os governadores, como o do Pará, destacam que o que está em risco é a saúde da coletividade mundial – e que ações concretas precisam ser tomadas de maneira urgente. O Brasil continua necessitando de estadistas com três virtudes importantes: o entendimento da real gravidade da atual situação; o esquecimento das questões político-eleitorais; e o foco na ação voltada para atender o interesse da coletividade do país. A pandemia, sem dúvida, vem mudando drasticamente o modo de vida que a humanidade tinha até poucos meses atrás – além de trazer consequências sobre a própria maneira de ver as coisas, a médio e longo prazos. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave política governo bolsonaro rodolfo marques colunas Helder Barbalho governo do Estado coronavírus COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09