Brasil segue em seu pior momento na pandemia e cenário político nacional muda com 'fator Lula' Rodolfo Marques 12.03.21 18h00 Em 11 de março de 2021, com pouco mais de um ano de pandemia no Brasil, o país vive seu pior momento na chamada “segunda onda” da doença – embora o país sequer tenha superado a primeira onda. De acordo com dados do Painel Coronavírus do Ministério da Saúde, o Brasil apresentava mais de 11 milhões e 200 mil casos de contaminações e mais de 272 mil óbitos. A média de mortes diárias tem ultrapassado as 2.000 e o cenário se torna cada vez pior, com a falta de vacinas e ausência de assertividade do governo federal no enfrentamento à pandemia. Governadores e prefeitos vêm aumentando as medidas restritivas, como forma de tentar conter a expansão do vírus. No Pará, o governador Helder Barbalho (MDB) divulgou novas medidas para o distanciamento social, em 9 de março, em especial para os moradores da Região Metropolitana de Belém. Cinemas e academias fecham as portas por uma semana, shoppings e lojas do comércio ficam com horários mais reduzidos e há o “toque de recolher” entre 21h e 5h, com vistas a evitar quaisquer tipos de aglomerações e a expansão da Covid-19. As medidas podem ficar mais drásticas e até culminar em um novo lockdown, a exemplo do que ocorreu em Belém e cidades vizinhas em maio de 2020. Mas não há dúvidas de que o fato que mais mexeu com o cenário político foi a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele anulou, na segunda-feira (8), todas as condenações do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal do Paraná no contexto da Operação Lava Jato. Assim, o principal líder do PT recuperou seus direitos políticos e pode se candidatar a presidente em 2022. Na concessão do habeas corpus pedido pela defesa de Lula, o ministro entendeu que a 13ª Vara Federal de Curitiba, origem da Lava Jato, não teria competência para julgar os processos do tríplex do Guarujá-SP, do sítio de Atibaia-SP, e os dois ligados ao Instituto Lula. Ato contínuo, as repercussões no meio político foram intensas. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) criticou a decisão do ministro do STF e destacou que Lula e o PT não propõem nada e só sabem mentir. Ao mesmo tempo, Bolsonaro mudou drasticamente sua posição em relação ao uso de máscaras e à compra de vacinas. Ele anunciou ações para agilizar a aquisição dos imunizantes e apareceu publicamente usando máscara, algo impensável algumas semanas ou meses antes. Por outro lado, Lula subiu ao palanque em São Bernardo do Campo-SP e fez um pronunciamento que despertou muita atenção do público que acompanhou pela internet: o ex-presidente falou em pacto nacional, em enfrentamento à pandemia, fez críticas à mídia, à Lava Jato e deixou vários recados a determinados grupos sociais – inclusive os militares. Lula buscou, simultaneamente, uma conexão com suas bases populares e uma fala mais amena para com o mercado. O cenário da polarização político-partidária está novamente delineado. Todavia, neste momento específico, e sempre, aliás –, o país precisa da política – e dos políticos – para vencer suas crises, como a da atual pandemia. E, assim, boa parte dos brasileiros lamenta que questões pré-eleitorais estejam interferindo nas ações na área da saúde e pautando o governo federal. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques política COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09