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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Brasil começa a vacinação contra covid-19. Pará foca na agilização de processos no Estado

Rodolfo Marques

Após muitos desacertos, reiterados equívocos logísticos e uma gestão desastrosa da crise pandêmica, o governo federal iniciou, na segunda-feira (18.01.2021), a distribuição das vacinas contra covid-19. Inicialmente, são oito milhões de vacinas, sendo que seis milhões são da Coronavac, produzida em parceria entre o Instituto Butantan/SP e o laboratório chinês Sinovac; e duas milhões da vacina Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, que ainda não chegaram ao Brasil. O titular da pasta da Saúde, general Eduardo Pazuello, vem demonstrando dificuldades em lidar com as críticas da sociedade, com os questionamentos da imprensa e com a condução dos processos em si.

O país ainda não conseguiu buscar as doses das vacinas na Índia e desgastes nas relações diplomáticas recentes com ela e com a China deixam o Brasil em uma situação desfavorável. No registro feito em 19 de janeiro, aliás, o Brasil já tinha identificado mais de 8 milhões de casos da doença e mais de 210 mil óbitos causados pela covid-19 – com tendências de alta em várias unidades federativas.

Em paralelo a esse cenário – e ainda no domingo (17.01.2021) – o estado de São Paulo fez a ação simbólica de vacinar a primeira pessoa contra a covid-19, a enfermeira Monica Calazans, do Hospital Emílio Ribas. Com a reunião extraordinária da ANVISA aprovando o uso emergencial das duas vacinas, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), tomou a dianteira e conseguiu protagonismo no processo de vacinação. O simbolismo do início da vacina acaba por gerar dividendos políticos a Dória, que é um virtual candidato à Presidência da República em 2022. É importante observar como ele capitalizará essa “onda” positiva para buscar uma dimensão mais nacional.

E o Pará? O governador Helder Barbalho (MDB) continua no processo de agilizar estratégicas para a cobertura vacinal no Pará. Após ter ido receber pessoalmente as vacinas, em São Paulo, assim como os demais governadores do país, Helder vem atuando, juntamente com sua equipe, para a chegada de todo o material nas 13 áreas regionais de Saúde do Pará. Nesse primeiro momento, o Pará recebeu, mesmo com alguns atrasos do Ministério da Saúde, a quantidade aproximada de 173 mil doses do imunizante. O Plano Estadual de Imunização já foi apresentado e os profissionais de “linha de frente” da saúde, quilombolas e os mais idosos estão entre as prioridades. O foco é expandir a entrega das vacinas para todos os 144 municípios do Pará. O governador tem tido grande apoio popular nessa sua atuação geral de enfrentamento à pandemia.

Por outro lado, no estado vizinho ao Pará, o Amazonas, o caos vem se consolidando desde o final de 2020. A capital amazonense, Manaus, chegou ao caos nos sistemas de saúde e funerário, repetindo o que havia ocorrido no primeiro semestre de 2020. A situação se agravou com o crescimento exponencial de casos, com as aglomerações na vidada de ano, com a negligência do governo estadual e, principalmente, pela falta de ação da gestão federal no suporte para o fornecimento de oxigênio para a cidade. Dezenas de pessoas estão morrendo sufocadas, vítimas da covid-19, sem a chance de ter uma sobrevida pela falta dos equipamentos que fornecem oxigênio. A detecção de uma variação – cepa – do novo coronavírus na região é mais um dado complicador dentro do processo.

Assim, em um cenário ainda de muita ansiedade pelo início da vacinação e pelos números dramáticos da covid-19 no Brasil, o brasileiro espera pela chance de imunização e de uma forma mais assertiva de se lidar diante da pandemia. A crise sistêmica brasileira tende a se acentuar de maneira proporcional à incapacidade da presidência da República e do ministério da Saúde em desenvolver mecanismos de enfrentamento da pandemia.

Com o início da vacinação, pelo menos, ressurge uma esperança por dias melhores.

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