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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Bolsonaro muda comunicação política, e mantém certa aprovação. País perde guerra contra a covid-19

Rodolfo Marques

O Brasil completa 4 meses de pandemia – o primeiro caso oficial foi registrado no final de fevereiro, logo após o Carnaval. Neste ínterim, principalmente a partir da postura negacionista do presidente da República em relação à expansão e aos efeitos da covid-19, o Brasil apresenta números cada vez piores – com cerca de 55 mil óbitos e mais de um milhão e 200 mil casos de contaminações já registrados. A covid-19 está muito longe de ser controlada no país e é possível afirmar que o Brasil perdeu a guerra contra ela. 

O momento político brasileiro mostra uma mudança de “tática” de Jair Bolsonaro (sem partido) em relação a instituições como o Supremo Tribunal Federal e atores relevantes como vários veículos de comunicação. O presidente tem evitado declarações polêmicas e acirramento de discursos, mesmo junto aos apoiadores que ficam próximos às entradas dos Palácios do Planalto e da Alvorada. As investigações contra o seu filho “01”, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e a recente prisão de Fabrício Queiroz, em um imóvel de Frederick Wassef (duas figuras muito ligadas à família do presidente), têm aumentado as preocupações de Jair Bolsonaro. Essa alteração de postura pode ser identificada como um recuo retórico e estratégico.

Mesmo apesar do desgaste público com a gestão desastrosa da Covid-19 no Brasil e com a condução errática das questões socioeconômicas, além de acusações graves, como as proferidas pelo ex-ministro e ex-juiz federal Sérgio Moro, o governo Bolsonaro continua mantendo uma aprovação de cerca de 1/3, segundo pesquisa DataFolha divulgada nessa sexta-feira (26.06.2020). Há uma estabilidade tanto entre os que apoiam o presidente quanto os que o reprovam, mostrando que há uma polarização clara na sociedade brasileira. 

Esse apoio de uma parcela ainda significativa da população brasileira, juntamente com as articulações que Bolsonaro vêm fazendo com grupos de parlamentares, em especial os do chamado “Centrão”, dão uma sobrevida de governabilidade ao presidente. O risco para a rediscussão de um processo de impeachment – o que ainda não se mostrou como uma realidade evidente – está em novas revelações e/ou investigações referentes a ações do presidente e/ou de seus filhos. Bolsonaro acena com a extensão do auxílio emergencial às populações mais carentes, nos próximos meses, e o próprio ministro Paulo Guedes considera que o “tombo” financeiro pós-pandemia possa ser menor do que as previsões ora estabelecidas. Esses dois movimentos tentam ampliar um pouco a base de apoio de Bolsonaro, em especial junto aos mais carentes. 

Desta forma, em um cenário cada vez perigoso da pandemia, o governo federal vai buscando formas de sustentação política, tanto no âmbito do Congresso Nacional, quanto em relação ao conjunto da sociedade, em uma tentativa incessante de ampliação de popularidade, apesar da instabilidade gerada por ações do próprio presidente da República. 

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