Bolsonaro faz mudanças em seu ministério e foca ainda mais no seu projeto de reeleição, em 2022 Rodolfo Marques 23.07.21 18h01 O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) continua com os objetivos cada vez mais consolidados para buscar a reeleição em 2022. Mesmo tendo prometido, quando da campanha em 2018, não participar do pleito presidencial seguinte, sempre se soube que Bolsonaro tinha planos para comandar o país por dois mandatos consecutivos (2019-2022 e 2023-2026) ou oito anos. Mas, para atingir sucesso em sua meta praticamente única, Bolsonaro vem enfrentando muitos percalços. A gestão desastrosa do enfrentamento da Covid-19, juntamente com a CPI da pandemia – evidenciando suspeitas de corrupção, o negacionismo presidencial e o atraso na compra das vacinas – fortaleceram a crença de boa parte da população de que o governo federal é incompetente, também, no quesito saúde. Aliás, todos os levantamentos de opinião pública, em especial o Datafolha de 07 e 08 de julho, mostram a perda de apoio ao presidente Bolsonaro – e trazem à tona perspectivas de despreparo, desonestidade, falsidade e autoritarismo como características dele. As pesquisas de intenção de voto para 2022 vêm apontando uma estagnação dos números positivos de Jair Bolsonaro e um crescimento do ex-presidente Lula (PT). Não existe nada, também, por ora, que indique que haverá uma “terceira via” competitiva para o pleito – nem mesmo o ex-ministro e ex-juiz, Sérgio Moro (sem partido); o governador de São Paulo, João Dória (PSDB); o ex-governador do Ceará e ex-ministro, Ciro Gomes; ou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). O ex-presidente Lula, aliás, voltou a ser elegível nos meses de março e abril de 2021, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar da conjuntura desfavorável, Bolsonaro busca reforçar suas estratégias. A primeira delas é manter conexão com 20 a 25% do eleitorado, o que parece ser seu público mais fiel, independentemente de todas as críticas que recaem sobre ele. Para isso, ele usa as comunicações no “cercadinho” no entorno do Palácio do Planalto e também nas mídias e nas redes sociais, optando, prioritariamente, pela tática do confronto e das agressões verbais aos seus opositores – e até mesmo às instituições democráticas. O caminho do controle das narrativas, muitas vezes investindo em notícias entrecortadas e na desinformação, mostra-se como a segunda principal estratégia usada pelo núcleo político do governo Bolsonaro. Dado representativo desse processo é a constante “campanha” pelo presidente pelo uso do voto impresso – e auditável – nas eleições. É uma forma de desacreditar, de forma deliberada, as urnas eletrônicas, que vêm funcionando com sucesso no Brasil desde 1996. É preciso lembrar que a maior parte das eleições vitoriosas das quais Bolsonaro participou aconteceu sob o signo da votação eletrônica. Por fim, de certa forma acuado pela crise política gerada pelo próprio governo, Bolsonaro anunciou mudanças em seu ministério e reforçou sua proximidade com o chamado “Centrão”, grupo rechaçado pelo presidente em várias ocasiões. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) irá chefiar a Casa Civil – ministério que dispõe de grande orçamento –; Onyx Lorenzoni (DEM-RS) seguirá para o recriado Ministério do Trabalho – agora chamado de Ministério do Emprego e Previdência –; e o general Luiz Eduardo Ramos está no comando da Secretaria Gestão da gestão federal. Enquanto o país continua massacrado pela Covid-19 – já são quase 550 mil mortes –, com uma situação econômica preocupante e com grandes problemas sociais, as movimentações políticas de Jair Bolsonaro denotam seu plano original de se manter no poder a qualquer preço. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas colunas rodolfo marques COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09