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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

A necessidade de se 'ajustar ponteiros' para enfrentar a crise e iniciar a recuperação do Brasil

Rodolfo Marques

O Pará e o Brasil vivem mais um início dramático de semana em virtude da expansão da covid-19. O estado nortista já apresenta cerca de 15 mil casos, com mais de 1.300 óbitos – e o cenário tende a se agravar nas duas últimas semanas de maio, quando se deve chegar ao pico das contaminações pela Covid-19. O lockdown em 17 municípios do Pará foi estendido até 24 de maio, buscando-se o isolamento social de 70%. O Brasil já ultrapassou a “marca” de 16 mil óbitos, com a conjuntura sendo extremamente desfavorável a curto e médio prazos.

Um dos pontos que vêm causando controvérsias é em relação aos mecanismos para o tratamento da doença. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), além de insistir na retomada das atividades econômicas e da reabertura do comércio no país, vem defendendo o uso da hidroxicloroquina como protocolo médico. Mas não há estudo científico comprovado que indique a utilização do medicamento, embora médicos possam optar pelo uso dele, associado à azitromicina. Aliás, a médica imunologista e oncologista Nise Yamaguchi, cotada para assumir o Ministério da Saúde após o pedido de demissão de Nelson Teich, no dia 15 de maio, vem concedendo entrevistas recomendando o uso da hidroxicloroquina para tratar a covid-19.

A simultaneidade das crises política, econômica e sanitária compromete o cenário geral do país. O governo federal deveria evitar conflitos e focar no enfrentamento dos inimigos reais – em especial o vírus. Mas a desarticulação no Planalto e as trocas nos Ministérios da Saúde e da Justiça e Segurança Pública, além das investigações sobre o núcleo político do presidente acabam monopolizando as atenções – deixando o mais importante – a crise sanitária –, em segundo plano. Em paralelo a esse cenário, há uma expectativa para que o Ministério da Economia anuncie, cada vez mais, medidas efetivas para a retomada econômica do Brasil. As ações, por ora, são discretas e com poucos resultados práticos.

Indubitavelmente, o cenário de grande crise no Brasil se acentuou com a comunicação distorcida e com os diversos conceitos disformes a partir do governo federal em relação à população e a outros entes federativos. Esses discursos dissonantes geram uma instabilidade e um desconfiança junto à população, que nem sempre sabe em quem acreditar. Para além disso, uma distribuição melhor de recursos para o socorro financeiro aos estados poderia ser um importante diferencial nos processos de combate à expansão da pandemia e de retomada da vida “normal”. Paciência e perseverança são, mais do que nunca, virtudes essenciais ao brasileiro nestes atuais e próximos meses.

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Rodolfo Marques
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