O.J.C. MORAIS

OCÉLIO DE JESÚS C. MORAIS

PhD em Direitos Humanos e Democracia pelo IGC da Faculdade de Direito Coimbra; Doutor em Direito Social (PUC/SP) e Mestre em Direito Constitucional (UFPA); Idealizador-fundador e 1º presidente da Academia Brasileira de Direito da Seguridade Social (Cad. 01); Acadêmico perpétuo da Academia Paraense de Letras (Cad. 08), da Academia Paraense de Letras Jurídicas (Cad. 18) e da Academia Paranaense de Jornalismo (Cad. 29) e escritor amazônida. Contato com o escritor pelo Instagram: @oceliojcmorais.escritor

Quando e quando...

Océlio de Morais

Quando acordo e vejo os primeiros raios do sol batendo à minha janela e naturalmente derretendo o orvalho na Terra, nas folhagens e nos telhados, aquelas gotículas de vapor de água, me fazem lembrar da pequenez humana, sempre vulnerável às vicissitudes temporais e espirituais mais diversas. 

Quando as horas do dia avançam para cumprir o seu ciclo diurno até iniciar o seu ciclo noturno outra vez, e quando vejo o ir e vir incessante das pessoas,  fico imaginando o turbilhão de pensamentos de cada uma daquelas mentes com suas preocupações, compromissos,  alegrias, dores ou tristezas – pensamentos que podem ser honestos propósitos para fazer o bem ou  ideias maliciosas  para fazer o mal ou, ainda, possíveis sentimentos de arrependimentos  pelas conspirações feitas contra alguém.

Quando nascemos, frágeis e necessitados de todos  os cuidados, mãos  solidárias e caridosas nos deram a proteção necessária para enfrentarmos os primeiros impactos adversos que a  vida nos oferece fora do maravilhoso ventre  materno. 

Quando o tempo da vida avança, vamos receber apoios diretos e indiretos ao nosso crescimento material e espiritual: são pessoas bondosas e iluminadas espiritualmente que se opõem às forças (expressas ou ocultas) daqueles que  nos desejam mal e querem nos destruir.

E à medida que o tempo (finito) da vida humana avança – com seus renováveis ciclos de sóis e orvalhos — fico pensando nas oportunidades desperdiçadas ou desprezadas  (de forma consciente ou inconsciente) para entendermos que a vida é um dom maravilhoso para o bem e não para o mal, tampouco para o mau. 

Quando qualquer pessoa morre (por exemplo, um familiar, um amigo, conhecido ou desconhecido do nosso círculo de relacionamento), fico pensando no fenômeno físico que acontece com o corpo e me pergunto: além daquele ritual de caridade –  quando são expressos sentimentos pela perda afetiva – o que acontece com o corpo humano? 

A resposta que  encontro é devastadora para qualquer visão que pensa a vida apenas como uma matéria perecível: o corpo simplesmente começa a apodrecer (porque perdeu a imunidade biológica) e começa a ser devorado pelas bactérias.   

Em pouco tempo, toda aquela beleza corporal — por muito tempo ornada com a supérflua vaidade e arrogância em relação aos outros — simplesmente desaparece. Essa realidade me reporta à aquela sábia e eterna advertência bíblica, narrada em Gênesis 3,19: “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás”. É uma chamada para entendermos as virtudes da simplicidade e da humildade de espírito. 

 Então, se a vida humana acaba com o corpo (a matéria), haveria algum sentido da inteligência que nos distingue dos outros animais e que nos desafia diariamente à busca da felicidade existencial? E ainda seria o caso da seguinte indagação:  

— Não diminuiria a importância das ciências – aquelas que objetivam proteger a vida humana das doenças do mundo – reduzir a vida humana à mera condição física e concepção materialista? 

 Há quem diga que só acredita naquilo que as ciências comprovam.  Por óbvio, é um modo de pensar, que somente a visão materialista aceita, no entanto, é muito contrária ao que pensavam cientistas e filósofos relevantes que a humanidade já conheceu. 

 A propósito, Richard L. Deem, autor de várias obras sobre a teoria criacionista – uma delas é o estudo sobre “Cientistas criacionistas” — identificou  no pensamento e nas obras de Nicolau Copérnico, René Descartes, Isaac Newton e Albert Einstein, por exemplo, métodos científicas que convergem com a teoria da Criação.

A sensibilidade espiritual desses homens notáveis –  assim tantos outros que deixaram um grande legado e outros atuais no mesmo sentido – é, sem dúvida, um desafio incessante a qualquer que se sinta inquieto com perguntas ainda sem respostas sobre a espiritualidade humana, decorrente da teoria da criação.

Nicolau Copérnico, o astrônomo que criou a teoria do sistema de planetas que circundam o sol, não colocou sua teoria em conflito com a teoria da Criação e, René Descartes – o filósofo da razão em busca da verdade, o homem do “penso logo, existo” – manifestou sua profunda fé em Deus e disse: “Deus é central em toda a sua filosofia”.

O religioso Isaac Newton, o cientista que pensava por fórmulas matemáticas, aplicava os números para explicar o sistema matemático, no entanto, não negou a criação do Universo por Deus. Albert Einstein – quem duvida de sua cientificidade sobre a teoria da relatividade geral? – acreditava que Deus havia criado o universo.

 A teoria da criação sustenta o meu universo de valores e me legitima a dizer que a ordenação dos dias e das noites, para a evolução da vida na Terra, são uma  prova real de que a vida humana vai além da matéria. Tem algo espiritual, tem o dedo de Deus! 

Bom, essa compreensão, e provavelmente de bilhões de outras pessoas, tem uma chave inicial para ser alcançada: enxergar (e, depois, viver) a beleza singular da simplicidade e da humildade, as duas colunas da sabedoria sobre a natureza humana e acerca da natureza espiritual que envolve a vida.  

O sol e o orvalho são necessários à vida. Isso significa tudo. Ninguém duvida, embora esses fenômenos físicos, por serem rotineiros, passem quase despercebidos. Mas, o tempo da existência humana com a sua dinâmica diuturna – formando e derretendo orvalhos – é o tempo que não pode passar mecanicamente, como sói acontecer.

Então, para a condição humana, não seriam indispensáveis, a simplicidade e a humildade, como metas construtivas e como princípios necessários à neutralização das nossas soberbas e para a elevação das virtudes?

Em termos práticos – e  essa é uma premissa valiosa – adotar os valores da humildade e da simplicidade, seria mais ou menos como disse Marco Aurélio, o imperador filósofo, na sua obra “Meditações”: 

– Por toda a devemos “manter o ego sob controle”, pois nada resulta de positivo ao homem ser reconhecido depois da morte com falsos elogios (nos dias de hoje seriam falsas narrativas ideológicas disruptiva dos bons valores humanos e cristãos) se, durante a vida, foi um homem corrompido pelas coisas e armadilhas do poder. 

Os princípios virtuosos da simplicidade e da humildade são uma espécie de antídoto contra o veneno das coisas e do poder corrompidos.
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MORAIS, OJC.
PhD em Democracia e Direitos Humanos (IGC/CDH, instituto associado à Universidade de Coimbra e à FDUC através de protocolos de cooperação institucional.).Doutor em Direito (com ênfase ao princípio da proteção social)  pela  puc/sp; Mestre em Direito pela UFPA, e Acadêmico Perpétuo da APL, da APLJ, da APJ e da ABDSS. Escritor brasileiro.

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